Bento XVI dando sua bênção apostólica, ao final da audiência geral desta quarta-feira, 25.
“Quem aprendeu o sentido da história descrito na Bíblia, sabe que as vicissitudes humanas não são guiadas por um destino cego, mas age nelas o Espírito Santo que suscita um diálogo maravilhoso dos homens com Deus, seu amigo”. A afirmação foi feita pelo Papa Bento XVI na Audiência Geral desta quarta-feira no Vaticano.
O Papa recordou a vida de dois monges do século XII da Abadia de São Vítor, em Paris: Hugo e Ricardo, e os apresentou como exemplo de teólogos e filósofos crentes que se empenharam em mostrar a concórdia entre a razão e a fé. “Hugo de São Vítor estimulava a uma sã curiosidade intelectual, considerando como o mais sábio quem tiver procurado aprender qualquer coisa de todos.”
O Pontífice destacou que “autores como eles nos movem à contemplação das realidades celestes e à admiração da Santíssima Trindade como modelo perfeito de comunhão.”
Quanto mudaria o mundo se nas famílias, nas paróquias e em qualquer comunidade as relações tivessem como modelo as três Pessoas divinas, que não somente vivem com as outras, mas para as outras e nas outras, disse o Pontífice.
Naquele período, a Abadia de São Vítor contava com uma importante escola de teologia monástica e teologia escolástica. Neste contexto, Hugo ingressou na Abadia, primeiro como aluno e logo como mestre, alcançando uma fama notável, a ponto de ser chamado o “segundo Santo Agostinho”, por sua dedicação às ciências profanas e à teologia. Hugo infundia em seus discípulos um constante desejo de conhecer toda a verdade.
Entre seus alunos, destacava-se o escocês Ricardo de São Vítor, que exerceu durante anos a função de Prior desta comunidade. Em seus ensinamentos, convidava os fiéis a um contínuo exercício das virtudes, para alcançar uma estável maturidade humana e, assim, poder aceder à contemplação e à admiração das maravilhas da sabedoria.
Saudação em português
“Saúdo o grupo de Alphaville e demais peregrinos de língua portuguesa, desejando que o exemplo das três Pessoas divinas – cada uma vive não só com a outra, mas para a outra e na outra – possa inspirar e animar as vossas relações humanas de todos os dias. Com estes votos, de bom grado a todos abençôo”.