OUTUBRO – LANÇAR-SE COM PAIXÃO NA MISSÃO…


Anualmente, por ocasião do mês missionário, somos interpelados a reavivar a ‎nossa consciência missionária, reassumindo o mandato do próprio Cristo de ir ‎fazer discípulos entre todas as nações (cf. Mt 28,19).‎

O Papa Bento XVI, em sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões ‎deste ano, enfatiza o objetivo da missão da Igreja: “iluminar com a luz do ‎Evangelho todos os povos em seu caminhar na história rumo a Deus, pois ‎Nele encontramos a sua plena realização”. Não há atividade mais nobre e ‎serviço mais elevado a ser prestado à humanidade do que proclamar o ‎Evangelho.‎

Evangelizar é isso: levar as pessoas a Jesus, “Caminho, Verdade e Vida” ‎‎(Jo 14,6). Preocupa-me, sobremaneira, o número crescente daqueles que ‎levam um estilo de vida longe de Cristo e de seu Evangelho. Tal preocupação ‎leva-me, muitas vezes, a contemplar o Coração do Bom Pastor, em busca ‎das ovelhas fugidias às verdadeiras e abundantes pastagens por Ele ‎oferecidas.‎

A grande preocupação nossa de cada dia deveria consistir em levar a ‎todos Cristo e Cristo a todos.‎

O Dia Mundial das Missões é um veemente convite a que todas as ‎comunidades eclesiais se coloquem a serviço da humanidade, sobretudo, da ‎humanidade sofredora e marginalizada.‎

Somos criados para viver em comunhão íntima com Deus. Faz parte de ‎nossa vocação fundamental. Enquanto, porém, perdurar o nosso peregrinar, ‎é tarefa nossa, como insiste Bento XVI, “contagiar” de esperança todos os ‎povos. Na medida em que estivermos impregnados e “contagiados” de ‎esperança missionária, empenhar-nos-emos, de verdade, no serviço da Boa ‎Nova do Reino.‎

Sabemos que não é fácil comunicar o Evangelho num mundo que se ‎transforma. Mas nossa indiferença evangelizadora não nos obstaculize; antes, ‎nos torne abertos, solícitos e disponíveis para todos, a começar de nossa ‎própria casa, de nossa família… Será que os meus de casa já estão de tal ‎maneira evangelizados, aptos e prontos para evangelizar os outros? Anunciar ‎o Evangelho deve ser para nós um compromisso intransferível e inadiável.‎

Nosso serviço missionário deverá ir além de um simples apoio material ‎ou mesmo espiritual. É preciso atingir o coração das pessoas, transformá-lo, ‎torná-lo acessível ao Evangelho do amor, deixando-se iluminar por ele, ‎tornando-se, por sua vez, “luz do mundo”, fazendo com que a luz de Deus ‎entre no mundo e o converta. Urge “contagiar” o mundo de Evangelho. ‎Evangelizaremos com o Evangelho da caridade.‎

Após essas breves considerações, fica fácil perceber e deduzir que todo ‎‎/a batizado/a, todo/a discípulo/a de Jesus deve ser missionário/a. Assumir ‎esse compromisso não é tarefa opcional, mas, parte integrante da identidade ‎cristã (cf. DAp, 144).‎
Olhemos para Jesus, para o seu testemunho e a sua missão: “Eu devo ‎anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus…, pois é para isso que fui enviado” (Lc ‎‎4,43). Jesus, “Evangelho do Pai”, foi o primeiro e o maior dos evangelizadores ‎‎(cf. EN, 7).‎

Excelente evangelizador é aquele que tem o mesmo sentir e pensar do ‎próprio Cristo (cf. Fl 2,5), conformando-se a Ele, reproduzindo em sua vida o ‎estilo de Jesus.‎

Minha esperança é de que a missão não se limite a um mês missionário, ‎mas seja permanente, não tenha data para terminar…‎

Queridos/a leitores/as, não se omitam nem se excluam do nobre ‎compromisso missionário. Apaixonemo-nos por Cristo, e procuremos levá-Lo ‎aos que ainda não fizeram a inenarrável experiência do encontro pessoal com ‎Ele.‎

Senhor Jesus Cristo, concedei-nos a fortaleza e a coragem para sermos ‎missionários e missionárias, hoje e sempre.‎

A Virgem Maria, “estrela da Evangelização”, conduza-nos nos caminhos ‎da missão.‎

Dom Nelson Westrupp, scj
Bispo Diocesano de Santo André

Siga a Paróquia nas redes sociais