Por Luís Guimarães
Nunca escutamos tanto a palavra corrupção como nos últimos meses em nosso país. Os escândalos se acumulam e provavelmente outros ainda estão por vir, mas muitos de nós nos perguntamos: De onde vem tudo isso?
Primeiramente, vejamos o que o Catecismo da Igreja Católica fala sobre este pecado:
No artigo sete, que descreve sobre o Sétimo Mandamento, “Não roubarás”, o Catecismo diz:
- 2454 “Toda forma de apropriação e uso injusto dos bens de outrem é contrária ao sétimo mandamento. A injustiça cometida exige reparação. A justiça comutativa exige a restituição do bem roubado.”
Com essas palavras, a nossa Igreja deixa bem claro que dinheiro recebido por corrupção é o mesmo que roubá-lo de alguém ou de um banco. Mas será que a corrupção está somente nas coisas grandes?
No evangelho de São Lucas lemos: “Quem é fiel nas pequenas coisas será fiel também nas grandes, e quem é injusto nas pequenas será injusto também nas grandes”. (Lc 16,10)
A corrupção começa nos pequenos atos como: passar o sinal vermelho, parar sob a faixa de pedestre, estacionar nas vagas exclusivas, fazer um “gatonet”, utilizar o wifi do vizinho, oferecer “um cafezinho pro guarda” na hora da multa ou, como dizia um antigo comercial de TV que ficou eternizado como a lei de Gerson, “É preciso levar vantagem em tudo, certo?”.
O Papa Francisco, na missa matutina do dia 16 de junho de 2014, comentou “é um pecado fácil, que pode cometer a pessoa que tem autoridade sobre os outros, quer econômica e política quer eclesiástica. Somos tentados pela corrupção. É um pecado fácil de cometer”. O Santo Padre foi além e perguntou: “Quem paga por tudo isso?”.
Segundo o Papa, certamente não é a pessoa que faz a intermediação da negociação quem paga o preço da corrupção. Quem paga somos nós que, ao utilizarmos os serviços públicos, encontramos escolas sem professores, salas de aula sem carteiras ou condições, hospitais sem remédios ou médicos, ruas esburacadas, estradas mal conservadas, transporte público ineficiente, insegurança nas ruas e uma lista enorme de problemas sociais que levam o povo ao desalento e descrédito no poder público.
Mas não podemos esquecer que as grandes mudanças começam em pequenos atos. Portanto, ensinemos sempre os nossos filhos e tenhamos em mente que o que existe é o certo e o errado. Não há meio certo e nem o “agora pode”. A Bíblia nos ensina que: “Mas porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca.” Ap 3, 16
Rezemos por todos os homens de boa-vontade, para que não desanimem na luta pela justiça, pelas vítimas da corrupção, para que possam resistir e persistir na Fé e Esperança e rezemos também para que nosso país se torne cada vez mais fiel nas coisas pequenas, construindo assim um futuro regido pela justiça nas coisas grandes.
Fontes:
Bíblia Sagrada
Site do Vaticano
Catecismo da Igreja Católica