Categoria: Palavra do Bispo

  • Façamos de nosso coração e de nosso lar o Presépio esplendoroso do Menino Jesus!

    Dentro de poucos dias, estaremos celebrando o Natal do Senhor…
    Infelizmente, o comércio está cada vez mais agitado e ousado, desrespeitando o sentido cristão do Natal. O consumismo exagerado vai tomando conta dos corações, sobrando pouco espaço para as coisas do Alto. Bem antes do Natal, as lojas começam a se enfeitar de luzes e objetos natalinos, nem sempre relacionados ao Aniversariante de 25 de dezembro. O que conta é fomentar as compras de fim de ano e esquentar o comércio… Triste constatação! Nossa reação deve ser alegre e contagiosa. Urge buscar caminhos novos para resgatar a presença do Menino Jesus nos corações e nos ambientes que frequentamos. Não podemos deixar que o Natal vire festa pagã! De que adianta abarrotar a casa de “coisas”, se o coração ficar vazio de Deus?
    Convido cada família cristã da Diocese a montar em sua casa, num “lugarzinho” nobre da sala, um lindo presépio, com imagens de Maria, José e o Menino Jesus, não esquecendo dos anjos, dos pastores, dos cordeirinhos, dos bois, dos Magos… Enfim, um presépio esplendoroso, com toques de simplicidade, humildade, harmonia, paz e serenidade…, virtudes do Menino Deus que repousa serenamente na Manjedoura e nos braços de Maria.

    Não deixemos que o barulhento “papai noel” sufoque o verdadeiro espírito do Natal! Pacificamente lutemos para re-introduzir o Menino Jesus na sociedade e no coração das pessoas. Haverá mais ternura e mais misericórdia.

    Entre comigo nessa corrente! Convide seus amigos a fazerem o mesmo. Não adie para o ano que vem! Vamos criar um clima de Natal, fazendo do Presépio ponto de referência obrigatório para a família se encontrar na Noite Santa e agradecer ao Deus-conosco. Ele quer nascer outra vez em sua e nossa família.
    Conto com sua criatividade e grande amor ao Menino Jesus.
    Acolhamos com alegria Aquele que deseja fazer de nosso coração sua morada permanente.

    Um abraço amigo e uma especial bênção.

    Dom Nelson Westrupp, scj
    Bispo Diocesano de Santo André

    Advento 2010

  • Dom Nelson Westrupp, scj

    AGOSTO – VOCAÇÃO CAMINHO SEGURO DE SANTIFICAÇÃO
    3 de setembro de 2010 – Postado por Bárbara Adamo – 17:32 [imprimir]

    Vocação caminho seguro de santificação

    Temos novamente todo o mês de agosto para aprofundar nossa vocação cristã e nossa vocação específica. São Pedro recomenda que cuidemos cada vez mais de confirmar a nossa vocação e eleição. Procedendo, assim, jamais tropeçaremos (cf. 2Pd1, 10).

    O mês vocacional, dedicado a todas as vocações existentes na Igreja, quer motivar os batizados e batizadas a descobrirem e a se reconhecerem como pessoas “chamadas” pelo Pai, “escolhidas” pelo Filho e “enviadas” em missão pelo Espírito Santo.

    O desafio maior, porém, é chegar à consciência vocacional. O primeiro passo para a realização da vocação fundamental é tornar-se santo. Descobrir e viver em profundidade a própria vocação leva à santidade. A vivência da vocação é caminho seguro de santificação.

    Fomos chamados à santidade pela graça do batismo. Nascemos para ser santos/as, para viver em comunhão íntima com Deus. Foi este o desígnio do Pai na missão do Filho e do Espírito Santo. “A Igreja é “casa da santidade” e a caridade de Cristo, efundida pelo Espírito Santo constitui a sua alma. Nela, todos os cristãos se ajudam mutuamente a descobrir e realizar a própria vocação na escuta da Palavra de Deus, na oração, na assídua participação aos Sacramentos e na busca constante do rosto de Cristo em cada irmão e irmã” (João Paulo II). Inseridos/as na Igreja, Corpo de Cristo, circula em nós a corrente da graça, que a Ele nos conforma e santifica. Nela, isto é, na Igreja encontramos os meios de santificação para alimentar a nossa vocação fundamental, a nossa fome e sede de santidade. O que muito nos ajuda a perseguir a santidade é a fidelidade incondicional ao estado de vida a que somos chamados. A fidelidade ao compromisso de cada dia faz-nos santos/as. Identifica-nos mais e mais a Cristo.

    A santidade de Deus deve necessariamente transparecer em todo estado de vida, pois toda vocação na Igreja, seja ela qual for, está a serviço da santidade. A santidade é comunhão com Deus, é imitação de Cristo e de Maria Santíssima.

    O Pai e Fonte de toda santidade escolheu e elegeu Maria Santíssima para ser santa e imaculada. Para ser a Mãe de seu Filho, Deus escolheu a “cheia de graça”. Ela foi preservada da mancha do pecado original e permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida. Maria é santa porque o Senhor está com ela. A Igreja também é chamada a tornar-se santa e imaculada (cf. Ef 5, 27). Por isso, não basta guardar a graça de Deus recebida no batismo. É preciso cultivá-la e fazê-la produzir frutos de santidade.

    Modelo por excelência das pessoas que generosamente correspondem ao chamado do Senhor é Maria Santíssima. Ela ensina e ajuda todo/a vocacionado/a a viver dignamente sua vocação específica e a alcançar uma vida santa. Qual Mãe solícita, Maria estará sempre por perto, acompanhando e abençoando seus filhos e filhas na caminhada vocacional.

    O Senhor da Messe não deixe faltar, à Igreja e à Diocese, numerosas e santas vocações!

    Dom Nelson Westrupp, scj
    Bispo Diocesano de Santo André

  • ESPERAR O SENHOR COM ALEGRIA…

    “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos!” (Fl 4, 4). Eis o convite a ressoar no coração de quem ainda acredita no sentido cristão do Natal. O fundamento desta alegria, contudo, não consiste somente na situação em que vivemos, mas, sobretudo, no fato de que o Senhor está para chegar e de que a nossa libertação está próxima.

    Preparar-se bem para o Natal de Jesus significa ir ao Seu encontro, carregado de boas obras. Ao chegar, Jesus quer encontrar nossos corações íntegros e santos, diante de Deus, nosso Pai (cf. 1 Ts 3, 13). Fica, portanto, o convite a progredirmos cada vez mais no modo de proceder para agradar a Deus. Não há Natal verdadeiro sem uma vida cristã autêntica. A graça salvadora de Deus ensina-nos a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com ponderação, justiça e piedade (cf. Tt 2, 11-12).

    Vivamos santamente o Advento. Ele educa o olhar do coração a estar vigilante na oração, esperando com alegria a vinda gloriosa do Senhor Jesus. Intensifiquemos nosso relacionamento íntimo com Ele, tornando nossa relação com o próximo afável e fraterna, pois a bondade e a ternura são sinais da presença de Deus.

    A cada Natal, há sempre menos espaço no coração das pessoas para Cristo nascer. Parece que a presença amável do Menino-Deus perturba e atrapalha o “bem-estar” egoísta e individualista de um número crescente de gente fechada em si mesma. Não permitamos que o sentido cristão do Natal dê lugar a buscas vazias de felicidade para o coração humano. Por isso, queremos ir ao encontro do Senhor que vem, abandonando tudo o que obstaculiza Cristo nascer onde Ele ainda não nasceu no ser e no agir de cada pessoa.

    O verdadeiro cristão é precursor de Cristo, é transparência viva a quem quer ver Jesus, caminho por onde Ele quer chegar a todos. Acolhamos nosso Salvador na fé, encarnando-O em nosso jeito de ser e de amar. Queremos celebrar o aniversário de Jesus com Ele, permitindo a Maria e José renovarem a experiência de Belém em nossa própria casa e no seio de nossa família.

    Desejo que o Natal de cada diocesana e de cada diocesano aconteça num oásis de ternura, acolhimento, bondade, misericórdia, amor e paz.

    A todas e a todos um Natal repleto de alegria e santidade, com meu abraço amigo e uma especial bênção.

    Dom Nelson Westrupp, scj
    Bispo Diocesano de Santo André

  • NOVEMBRO – VISITA AD LIMINA APOSTOLORUM

    (expressão latina que significa “ao umbral (morada) dos Apóstolos”).‎

    Podemos dizer que a visita aos “túmulos dos Apóstolos” Pedro e Paulo nasceu com a própria Igreja, ‎pois, a primeira delas foi feita pelo Apóstolo Paulo que, após três anos de intenso labor missionário, subiu a ‎Jerusalém para conhecer Cefas (Pedro), permanecendo com ele quinze dias (cf. Gl 1, 18).‎

    Durante o mês de novembro de 2009, os Bispos do Regional Sul 1 (Estado de São Paulo) da CNBB ‎estarão fazendo sua visita “ad limina Apostolorum”. Segundo a legislação atual, essa visita deve ser feita a ‎cada cinco anos.‎

    Nessa circunstância, uma das tarefas específicas do Bispo diocesano é a de apresentar ao Sumo ‎Pontífice um Relatório detalhado sobre a situação da Diocese que lhe está confiada. Além de fazer chegar ‎esse Relatório às mãos do Santo Padre, o Bispo diocesano deve ir a Roma para venerar os sepulcros dos ‎Apóstolos Pedro e Paulo, bem como ser recebido em audiência pessoal pelo Romano Pontífice (cf. Código ‎de Direito Canônico, 399 e 400).‎

    Pastoralmente essas visitas adquiriram uma importância muito grande na vida atual da Igreja. Por ‎um lado, oferecem aos Bispos a oportunidade para fortalecerem a consciência da própria responsabilidade ‎de membros do Colégio Apostólico, e de sentirem mais estreitamente a sua comunhão hierárquica com o ‎Sucessor de Pedro; por outro, as visitas representam um momento central no exercício do ministério ‎universal do Santo Padre que, nesta circunstância, recebe os Pastores das Igrejas Particulares, irmãos seus ‎no episcopado, e com eles trata dos assuntos relativos à sua missão eclesial, e os confirma e sustém na fé e ‎na caridade (cf. anexo n. 1 à Constituição Apostólica Pastor Bonus).‎

    O conceito teológico da colegialidade episcopal, da Igreja Particular nas suas relações com a Igreja ‎Universal, da missão dos Bispos nesta Igreja em comunhão perfeita com o sucessor de Pedro e sua peculiar ‎autoridade e a necessária expressão concreta do “afeto colegial”, tudo isso veio infundir na “visita ad ‎limina” um conteúdo e significado novos e determinantes.‎

    As razões de hoje para uma Visita, mais do que por razões jurídicas, são feitas por razões ‎eclesiológicas. Seguindo o exemplo dos encontros de Paulo com Pedro (cf. Gl 1, 18; 2, 1-2), o encontro dos ‎Bispos com o Papa visa a fortalecer a unidade na mesma fé (“confirmar os irmãos”), esperança e caridade, e ‎dar a conhecer e apreciar o imenso patrimônio de valores espirituais e morais que a Igreja, em comunhão ‎com o Bispo de Roma, tem difundido pelo mundo inteiro.‎
    O andamento da “visita ad limina”, sobretudo, acontece em três momentos fundamentais: primeiro, ‎a peregrinação e homenagem aos túmulos dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, Pastores e Colunas da Igreja ‎de Roma; segundo, o encontro pessoal com o Santo Padre, ocasião para cada Bispo professar a sua relação ‎mais profunda de comunhão afetiva e efetiva com o Chefe visível da Igreja de Cristo; terceiro, a visita aos ‎Dicastérios da Cúria Romana. Há uma íntima vinculação entre o Papa e os Organismos curiais, que são os ‎instrumentos ordinários do “ministério petrino”. Em cada um dos Dicastérios, seus respectivos Prefeitos ‎acolhem os Bispos, os quais poderão expor problemas e pedidos, receber informações, dar esclarecimentos, ‎responder a possíveis perguntas. ‎

    Os Bispos do Regional Sul 1 visitarão cerca de 12 Dicastérios, entre os quais: Congregação para a ‎Doutrina da Fé, para os Bispos, para o Clero, para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para os ‎Institutos de Vida Consagrada e para as Sociedades de Vida Apostólica, Congregação para a Educação ‎Católica, Comissão para a América Latina, bem como os Conselhos Pontifícios para os Leigos, para a ‎Família, para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Comunicações Sociais, Comissão da Justiça e Paz; ‎Cultura e Academia Pontifícia da Vida. ‎

    Ao preparar a visita “ad limina Apostolorum”, o Bispo, consciente de realizar um ato em vista ‎do bem da própria Diocese e de toda a Igreja, sentirá a necessidade de comprometer na reflexão ‎e na oração, toda a comunidade diocesana, a fim de favorecer o vínculo da unidade, da caridade e da ‎comunhão eclesial.‎

    Em apresentando essas rápidas considerações sobre o significado e a importância de uma “visita ao ‎umbral dos Apóstolos”, em Roma, tomo a liberdade de convidar todos/as os diocesanos/as e os ‎prezados/as leitores/as a se envolverem nessa Visita, acompanhando nossa peregrinação à Cidade Eterna ‎com suas valiosas orações.


    Dom Nelson Westrupp, scj
    Bispo Diocesano de Santo André ‎

  • OUTUBRO – LANÇAR-SE COM PAIXÃO NA MISSÃO…

    Anualmente, por ocasião do mês missionário, somos interpelados a reavivar a ‎nossa consciência missionária, reassumindo o mandato do próprio Cristo de ir ‎fazer discípulos entre todas as nações (cf. Mt 28,19).‎

    O Papa Bento XVI, em sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões ‎deste ano, enfatiza o objetivo da missão da Igreja: “iluminar com a luz do ‎Evangelho todos os povos em seu caminhar na história rumo a Deus, pois ‎Nele encontramos a sua plena realização”. Não há atividade mais nobre e ‎serviço mais elevado a ser prestado à humanidade do que proclamar o ‎Evangelho.‎

    Evangelizar é isso: levar as pessoas a Jesus, “Caminho, Verdade e Vida” ‎‎(Jo 14,6). Preocupa-me, sobremaneira, o número crescente daqueles que ‎levam um estilo de vida longe de Cristo e de seu Evangelho. Tal preocupação ‎leva-me, muitas vezes, a contemplar o Coração do Bom Pastor, em busca ‎das ovelhas fugidias às verdadeiras e abundantes pastagens por Ele ‎oferecidas.‎

    A grande preocupação nossa de cada dia deveria consistir em levar a ‎todos Cristo e Cristo a todos.‎

    O Dia Mundial das Missões é um veemente convite a que todas as ‎comunidades eclesiais se coloquem a serviço da humanidade, sobretudo, da ‎humanidade sofredora e marginalizada.‎

    Somos criados para viver em comunhão íntima com Deus. Faz parte de ‎nossa vocação fundamental. Enquanto, porém, perdurar o nosso peregrinar, ‎é tarefa nossa, como insiste Bento XVI, “contagiar” de esperança todos os ‎povos. Na medida em que estivermos impregnados e “contagiados” de ‎esperança missionária, empenhar-nos-emos, de verdade, no serviço da Boa ‎Nova do Reino.‎

    Sabemos que não é fácil comunicar o Evangelho num mundo que se ‎transforma. Mas nossa indiferença evangelizadora não nos obstaculize; antes, ‎nos torne abertos, solícitos e disponíveis para todos, a começar de nossa ‎própria casa, de nossa família… Será que os meus de casa já estão de tal ‎maneira evangelizados, aptos e prontos para evangelizar os outros? Anunciar ‎o Evangelho deve ser para nós um compromisso intransferível e inadiável.‎

    Nosso serviço missionário deverá ir além de um simples apoio material ‎ou mesmo espiritual. É preciso atingir o coração das pessoas, transformá-lo, ‎torná-lo acessível ao Evangelho do amor, deixando-se iluminar por ele, ‎tornando-se, por sua vez, “luz do mundo”, fazendo com que a luz de Deus ‎entre no mundo e o converta. Urge “contagiar” o mundo de Evangelho. ‎Evangelizaremos com o Evangelho da caridade.‎

    Após essas breves considerações, fica fácil perceber e deduzir que todo ‎‎/a batizado/a, todo/a discípulo/a de Jesus deve ser missionário/a. Assumir ‎esse compromisso não é tarefa opcional, mas, parte integrante da identidade ‎cristã (cf. DAp, 144).‎
    Olhemos para Jesus, para o seu testemunho e a sua missão: “Eu devo ‎anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus…, pois é para isso que fui enviado” (Lc ‎‎4,43). Jesus, “Evangelho do Pai”, foi o primeiro e o maior dos evangelizadores ‎‎(cf. EN, 7).‎

    Excelente evangelizador é aquele que tem o mesmo sentir e pensar do ‎próprio Cristo (cf. Fl 2,5), conformando-se a Ele, reproduzindo em sua vida o ‎estilo de Jesus.‎

    Minha esperança é de que a missão não se limite a um mês missionário, ‎mas seja permanente, não tenha data para terminar…‎

    Queridos/a leitores/as, não se omitam nem se excluam do nobre ‎compromisso missionário. Apaixonemo-nos por Cristo, e procuremos levá-Lo ‎aos que ainda não fizeram a inenarrável experiência do encontro pessoal com ‎Ele.‎

    Senhor Jesus Cristo, concedei-nos a fortaleza e a coragem para sermos ‎missionários e missionárias, hoje e sempre.‎

    A Virgem Maria, “estrela da Evangelização”, conduza-nos nos caminhos ‎da missão.‎

    Dom Nelson Westrupp, scj
    Bispo Diocesano de Santo André