Categoria: Artigos

  • D. Pedro Cipollini na Câmara Municipal de São Bernardo do Campo

    D. Pedro Cipollini na Câmara Municipal de São Bernardo do Campo

    Por Maristela Guimarães

    Na última sexta-feira 25, às 19h30, a Câmara Municipal de São Bernardo do Campo  recebeu a visita de D.Pedro Cipollini, Bispo da Diocese de Santo André, convidado  da casa para falar sobre a “Ideologia do Gênero”. Estavam presentes vereadores, deputados estaduais que representam o município, padres da diocese, a imprensa e o povo.

    Assunto atualmente bastante polêmico  na sociedade brasileira , a ideologia do gênero tem gerado calorosas discussões. E não foi diferente nessa noite. A Câmara municipal estava lotada. Diversas paróquias da cidade estavam representadas e havia também um pequeno, porém muito barulhento, grupo de pessoas que se manifestavam a favor desse assunto.

    Apesar de o presidente da câmara, vereador Toninho, ter sido muito claro dizendo que o momento não era para debate e que  D. Pedro havia aceitado o convite feito pela casa para discursar sobre a “ideologia do gênero” esse grupo quis chamar a atenção fazendo muito barulho na intenção de dificultar o discurso do Bispo.

    D.Pedro Cipollini iniciou sua palestra pedindo aos católicos presentes que mantivessem a calma e a tranquilidade, para que todos pudessem apreciar e exercer a tolerância e também a democracia.

    Falou por aproximadamente 50 minutos, pausando diversas vezes para receber os aplausos do povo que gritava demonstrando concordância e aprovação aos seus esclarecimentos e ensinamentos.

    O Bispo lembrou que a maioria dos municípios brasileiros já rejeitou a ideologia do gênero e pediu para que os representantes do povo de São Bernardo estivessem atentos à vontade do povo que os elegeu.

    “Diante dessa grave ameaça aos valores da família, esperamos dos governantes do Legislativo e Executivo uma tomada de posição que garanta para as novas gerações uma escola que promova a família, tal como a entendem a Constituição Federal (artigo 226) e a tradição cristã, que moldou a cultura brasileira.”  Disse D.Pedro.

    D. Pedro encerrou  sua palestra com a oração do Pai Nosso  e uma benção em forma de canção. Partimos na esperança de que o bom senso possa prevalecer, aguardando ansiosos e resultado dessa discussão.

    Para ler na íntegra o discurso de Dom Pedro Cipollini, acesse: http://www.diocesesa.org.br/palestra-ideologia-de-genero/

    Para ver o vídeo na íntegra, clique aqui.

  • Encontro regional do Apostolado da Oração

    Encontro regional do Apostolado da Oração

    O Apostolado da Oração da São João Batista marcou presença em mais um Encontro Regional de São Bernardo do Campo. Esse ano o encontro foi na Paróquia Santíssima Virgem dia 22/08/2015.
    Estavam presentes: Sônia Campos,  Mirna Chiavone, Asenir da Silva, Sylvio Gomes e Rita Striani.

  • 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais

    49º Dia Mundial das Comunicações Sociais

    “Comunicar a família: “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor” é o tema da mensagem para o  49º Dia Mundial das Comunicações Sociais. O evento será celebrado no dia 17 de maio, domingo que antecede Pentecostes.

     

    Mensagem de Sua Santidade o Papa Francisco

    49º Dia Mundial das Comunicações Sociais

    17 de Maio de 2015

    Tema: “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”

    O tema da família encontra-se no centro duma profunda reflexão eclesial e dum processo sinodal que prevê dois Sínodos, um extraordinário – acabado de celebrar – e outro ordinário, convocado para o próximo mês de Outubro. Neste contexto, considerei  oportuno que o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais tivesse como ponto de referência a família. Aliás, a família é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar. Voltar a este momento originário pode-nos ajudar quer a tornar mais autêntica e humana a comunicação, quer a ver a família dum novo ponto de vista.

    Podemos deixar-nos inspirar pelo ícone evangélico da visita de Maria a Isabel (Lc 1, 39-56). “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (vv. 41-42).

    Este episódio mostra-nos, antes de mais nada, a comunicação como um diálogo que tece com a linguagem do corpo. Com efeito, a primeira resposta à saudação de Maria é dada pelo menino, que salta de alegria no ventre de Isabel. Exultar pela alegria do encontro é, em certo sentido, o arquétipo e o símbolo de qualquer outra comunicação, que aprendemos ainda antes de chegar ao mundo. O ventre que nos abriga é a primeira “escola” de comunicação, feita de escuta e contato corporal, onde começamos a familiarizar-nos com o mundo exterior num ambiente protegido e ao som tranquilizador do pulsar do coração da mãe. Este encontro entre dois seres simultaneamente tão íntimos e ainda tão alheios um ao outro, um encontro cheio de promessas, é a nossa primeira experiência de comunicação. E é uma experiência que nos irmana a todos, pois cada um de nós nasceu de uma mãe.

    Mesmo depois de termos chegado ao mundo, em certo sentido permanecemos num “ventre”, que é a família. Um ventre feito de pessoas diferentes, interrelacionando-se: a família é “o espaço onde se aprende a conviver na diferença” (Exort. ap. Evangelii gaudium, 66). Diferenças de géneros e de gerações, que comunicam, antes de mais nada, acolhendo-se mutuamente, porque existe um vínculo entre elas. E quanto mais amplo for o leque destas relações, tanto mais diversas são as idades e mais rico é o nosso ambiente de vida. O vínculo está na base da palavra, e esta, por sua vez, revigora o vínculo. Nós não inventamos as palavras: podemos usá-las, porque as recebemos. É em família que se aprende a falar na “língua materna”, ou seja, a língua dos nossos antepassados (cf. 2 Mac 7, 21.27). Em família, apercebemo-nos de que outros nos precederam, nos colocaram em condições de poder existir e, por nossa vez, gerar vida e fazer algo de bom e belo. Podemos dar, porque recebemos; e este circuito virtuoso está no coração da capacidade da família de ser comunicada e de comunicar; e, mais em geral, é o paradigma de toda a comunicação.

    A experiência do vínculo que nos “precede” faz com que a família seja também o contexto onde se transmite aquela forma fundamental de comunicação que é a oração. Muitas vezes, ao adormecerem os filhos recém-nascidos, a mãe e o pai entregam-nos a Deus, para que vele por eles; e, quando se tornam um pouco maiores, põem-se a recitar juntamente com eles orações simples, recordando carinhosamente outras pessoas: os avós, outros parentes, os doentes e atribulados, todos aqueles que mais precisam da ajuda de Deus. Assim a maioria de nós aprendeu, em família, a dimensão religiosa da comunicação, que, no cristianismo, é toda impregnada de amor, o amor de Deus que se dá a nós e que nós oferecemos aos outros.

    Na família, é sobretudo a capacidade de se abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram e todavia são tão importantes uma para a outra… é sobretudo esta capacidade que nos faz compreender o que é verdadeiramente a comunicação enquanto descoberta e construção de proximidade. Reduzir as distâncias, saindo mutuamente ao encontro e acolhendo-se, é motivo de gratidão e alegria: da saudação de Maria e do saltar de alegria do menino deriva a bênção de Isabel, seguindo-se-lhe o belíssimo cântico do Magnificat, no qual Maria louva o amoroso desígnio que Deus tem sobre Ela e o seu povo. De um “sim” pronunciado com fé, derivam consequências que se estendem muito para além de nós mesmos e se expandem no mundo. “Visitar” supõe abrir as portas, não encerrar-se no próprio apartamento, sair, ir ter com o outro. A própria família é viva, se respira abrindo-se para além de si mesma; e as famílias que assim procedem, podem comunicar a sua mensagem de vida e comunhão, podem dar conforto e esperança às famílias mais feridas, e fazer crescer a própria Igreja, que é uma família de famílias.

    Mais do que em qualquer outro lugar, é na família que, vivendo juntos no dia-a-dia, se experimentam as limitações próprias e alheias, os pequenos e grandes problemas da coexistência e do pôr-se de acordo. Não existe a família perfeita, mas não é preciso ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem mesmo dos conflitos; preciso é aprender a enfrentá-los de forma construtiva. Por isso, a família onde as pessoas, apesar das próprias limitações e pecados, se amam, torna-se uma escola de perdão. O perdão é uma dinâmica de comunicação: uma comunicação que definha e se quebra, mas, por meio do arrependimento expresso e acolhido, é possível reatá-la e fazê-la crescer. Uma criança que aprende, em família, a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o seu ponto de vista sem negar o dos outros, será um construtor de diálogo e reconciliação na sociedade.

    Muito têm para nos ensinar, a propósito de limitações e comunicação, as famílias com filhos marcados por uma ou mais deficiências. A deficiência motora, sensorial ou intelectual sempre constitui uma tentação a fechar-se; mas pode tornar-se, graças ao amor dos pais, dos irmãos e doutras pessoas amigas, um estímulo para se abrir, compartilhar, comunicar de modo inclusivo; e pode ajudar a escola, a paróquia, as associações a tornarem-se mais acolhedoras para com todos, a não excluírem ninguém.

    Além disso, num mundo onde frequentemente se amaldiçoa, insulta, semeia discórdia, polui com as murmurações o nosso ambiente humano, a família pode ser uma escola de comunicação feita de bênção. E isto, mesmo nos lugares onde parecem prevalecer como inevitáveis o ódio e a violência, quando as famílias estão separadas entre si por muros de pedras ou pelos muros mais impenetráveis do preconceito e do ressentimento, quando parece haver boas razões para dizer “agora basta”; na realidade, abençoar em vez de amaldiçoar, visitar em vez de repelir, acolher em vez de combater é a única forma de quebrar a espiral do mal, para testemunhar que o bem é sempre possível, para educar os filhos na fraternidade.

    Os meios mais modernos de hoje, irrenunciáveis sobretudo para os mais jovens, tanto podem dificultar como ajudar a comunicação em família e entre as famílias. Podem-na dificultar, se se tornam uma forma de se subtrair à escuta, de se isolar apesar da presença física, de saturar todo o momento de silêncio e de espera, ignorando que “o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras ricas de conteúdo” (BENTO XVI, Mensagem do 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24/1/2012); e podem-na favorecer, se ajudam a narrar e compartilhar, a permanecer em contato com os de longe, a agradecer e pedir perdão, a tornar possível sem cessar o encontro. Descobrindo diariamente este centro vital que é o encontro, este “início vivo”, saberemos orientar o nosso relacionamento com as tecnologias, em vez de nos deixarmos arrastar por elas. Também neste campo, os primeiros educadores são os pais. Mas não devem ser deixados sozinhos; a comunidade cristã é chamada a colocar-se ao seu lado, para que saibam ensinar os filhos a viver, no ambiente da comunicação, segundo os critérios da dignidade da pessoa humana e do bem comum.

    Assim o desafio que hoje se nos apresenta, é aprender de novo a narrar, não nos limitando a produzir e consumir informação, embora esta seja a direção para a qual nos impelem os potentes e preciosos meios da comunicação contemporânea. A informação é importante, mas não é suficiente, porque muitas vezes simplifica, contrapõe as diferenças e as visões diversas, solicitando a tomar partido por uma ou pela outra, em vez de fornecer um olhar de conjunto.

    No fim de contas, a própria família não é um objeto acerca do qual se comunicam opiniões nem um terreno onde se combatem batalhas ideológicas, mas um ambiente onde se aprende a comunicar na proximidade e um sujeito que comunica, uma “comunidade comunicadora”. Uma comunidade que sabe acompanhar, festejar e frutificar. Neste sentido, é possível recuperar um olhar capaz de reconhecer que a família continua a ser um grande recurso, e não apenas um problema ou uma instituição em crise. Às vezes os meios de comunicação social tendem a apresentar a família como se fosse um modelo abstrato que se há de aceitar ou rejeitar, defender ou atacar, em vez duma realidade concreta que se há de viver; ou como se fosse uma ideologia de alguém contra outro, em vez de ser o lugar onde todos aprendemos o que significa comunicar no amor recebido e dado. Ao contrário, narrar significa compreender que as nossas vidas estão entrelaçadas numa trama unitária, que as vozes são múltiplas e cada uma é insubstituível.

    A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos. Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro.

    Vaticano, 23 de Janeiro – Vigília da Festa de São Francisco de Sales – de 2015.

    Papa Francisco

  • Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2015

    Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2015

    Jesus lhe disse: Dá-me de beber! (João 4,7)

    Por Simone Cotrufo França

    semanaunidadecrista2015_post“Dá-nos um pouco da tua água” será o tema da Semana Nacional de Oração pela Unidade dos Cristãos e Cristãs (SOUC). O evento ocorrerá de 17 e 24 de maio e buscará refletir sobre a unidade cristã e o diálogo entre as religiões.

    Viagem, sol escaldante, cansaço, sede… “Dá-me de beber!” É um pedido de toda pessoa humana! Deus, que se fez gente em Cristo e se esvazia para compartilhar nossa humanidade (Fl 2, 6-7), é capaz de pedir à mulher samaritana: “Dá-me de beber!” (Jo 4,7). Ao mesmo tempo, esse Deus que vem ao nosso encontro oferece a água viva: “ A água que eu lhe darei se tornará uma fonte que jorrará para a vida eterna.” (Jo 4,14)

    O encontro entre Jesus e a mulher samaritana nos convida a experimentar água de um poço diferente e também a oferecer um pouco da nossa própria água. Na diversidade, nos enriquecemos uns aos outros. A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é um momento privilegiado para oração, encontro e diálogo. É uma oportunidade para reconhecer a riqueza e o valor que estão presentes no outro, no diferente, e para pedir a Deus o dom da unidade.

    No texto de João 4, Jesus é um estrangeiro que chega cansado e com sede. Ele precisa de ajuda e pede água. A mulher está na sua própria terra; o poço pertence a seu povo, à sua tradição. Ela é dona do balde e é ela que tem acesso à água. Mas ela também está com sede. Eles se encontram e esse encontro oferece uma inesperada oportunidade para ambos. Jesus não deixa de ser judeu porque bebeu água oferecida por uma mulher samaritana. A samaritana permanece sendo ela mesma ao acolher o caminho de Jesus. Quando reconhecemos que temos necessidades recíprocas, a complementaridade acontece em nossas vidas de modo mais enriquecedor. Esse “Dá-me de beber” nos impulsiona a reconhecer que pessoas, comunidades, culturas, religiões e etnias precisam umas das outras.

    Dizer “Dá-me de beber” supõe que Jesus e a Samaritana se perguntam mutuamente sobre aquilo de que têm necessidade. Dizer “Dá-me de beber”, leva-nos a reconhecer que as pessoas e as populações na sua diversidade, as comunidades, as culturas e as religiões têm necessidade uns dos outros.

    “Dá-me de beber” traz consigo uma ação ética que reconhece a necessidade que temos uns dos outros na vivência da missão da Igreja. É algo que nos impele a mudar nossa atitude, a nos comprometer com a busca da unidade no meio de nossa diversidade, através de nossa abertura para uma variedade de formas de oração e espiritualidade cristã.


    REFLEXÕES BÍBLICAS E ORAÇÕES PARA OS OITO DIAS

    Dia 1 – Era preciso que atravessasse a Samaria (João 4,4)
    O que o Evangelho de João quer expressar, quando diz que “era preciso que atravessasse a Samaria”? Mais do que uma questão geográfica, trata-se de uma escolha de Jesus. “Passar pela Samaria” significa que é necessário ir ao encontro do outro, do diferente, daquele que é muitas vezes visto como uma ameaça.

    Dia 2 – Cansado da viagem, Jesus estava assim sentado na borda do poço (João 4,6)
    Ainda acontece que, em vez de uma busca comum da unidade, a competição e a disputa sejam uma característica do relacionamento entre Igrejas. Isso tem sido a experiência vivida no Brasil em anos recentes. Comunidades exaltam suas próprias virtudes e os benefícios que aguardam seus adeptos a fim de atrair novos membros. Alguns pensam que quanto maior for a Igreja, mais numerosos os seus membros e maior o seu poder, mais perto estarão de Deus, apresentando a si mesmos como os únicos adoradores verdadeiros.  Como resultado, tem havido  violência e desrespeito a outras religiões e tradições. Esse tipo de marketing competitivo cria tanto a desconfiança entre as Igrejas como uma falta de credibilidade na sociedade em relação ao cristianismo como um todo.

    Dia 3 – Eu não tenho marido (João 4,17)
    Jesus não insiste numa interpretação moral da resposta dela, mas parece querer conduzi-la para além disso. E, como resultado, a atitude da mulher em relação a Jesus muda. A essa altura, os obstáculos de diferenças culturais e religiosas ficam para trás para dar espaço a algo muito mais importante: um encontro em confiança. O comportamento de Jesus nesse momento nos permite abrir novas janelas e levantar outras questões: questões que desafiam as atitudes que desmoralizam e marginalizam mulheres e também questões sobre as diferenças que permitimos que se coloquem  como bloqueio no caminho da unidade que buscamos e pela qual oramos.

    Dia 4 – A mulher então abandonou o cântaro (João 4,28)
    O fato de ter a mulher samaritana deixado para trás seu cântaro de água é um sinal de que ela tinha encontrado um bem maior do que a água que tinha vindo buscar, e um lugar melhor para agir dentro da sua comunidade. Ela reconhece o dom maior que esse judeu estrangeiro, Jesus, lhe está oferecendo. É difícil para nós considerar valioso, reconhecer como bom, ou mesmo santo, o que nos é desconhecido e o que pertence  outro. No entanto, reconhecer os dons do outro como bons e santos é um passo necessário para chegar à unidade visível que buscamos.

    Dia 5 – Tu não tens sequer um balde e o poço é profundo (João 4,11)
    Um ponto comum em nossa  fé, independentemente da Igreja a que pertencemos, é que Deus é um mistério além da nossa compreensão. A busca da unidade cristã nos leva ao reconhecimento de que nenhuma comunidade tem todos os meios de mergulhar nas águas profundas do divino. Precisamos de água, precisamos de ajuda: todos precisam de ajuda! Quanto mais crescermos na unidade, partilharmos nossos baldes e unirmos as partes de nossas cordas, mais profundamente mergulharemos no poço do divino.

    Dia 6 – Jesus disse: “A água que eu lhe darei se tornará nele uma fonte que jorrará para a vida eterna.” (João 4,14)
    O diálogo que começa com Jesus pedindo água se torna um diálogo em que Jesus promete água. Mais adiante, nesse mesmo Evangelho, Jesus vai pedir água outra vez. “Tenho sede” – diz ele na cruz – e a partir da cruz, Jesus se torna a prometida fonte de água que escorre do seu lado ferido. Recebemos essa água, essa vida que vem de Jesus, no batismo, e se torna uma água, uma vida que jorra para dentro de nós para ser oferecida e partilhada com outros.

    Dia 7 – “Dá-me de beber”  (João 4,7)
    Deus enviou Moisés e Aarão para tirar água da rocha. Da mesma maneira, Deus muitas vezes atende a nossas necessidades através de outros. Quando pedimos ao Senhor em nossas necessidades, como fez a samaritana ao pedir a Jesus “Senhor, dá-me desta água”, talvez o Senhor já tenha respondido a nossas preces colocando nas mãos daqueles que  estão próximos aquilo que pedimos. Assim, precisamos também nos voltar para eles e pedir “Dá-me de beber”.

    Dia 8 – Muitos tinham acreditado por causa da palavra da mulher (João 4, 39)
    Com o coração transformado, a mulher samaritana parte em missão. Ela anuncia a seu povo que tinha encontrado o Messias. Muitos acreditaram em Jesus “por causa da palavra da mulher” (João 4,39). A força do seu testemunho vem da transformação de sua vida, causada por seu encontro com Jesus. Graças à sua atitude de abertura, ela reconheceu naquele estrangeiro “uma fonte que jorrará para a vida eterna” (João 4,14).

    Fonte:  http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/weeks-prayer-doc/rc_pc_chrstuni_doc_20140611_week-prayer-2015_po.html#INTRODUÇÃO_AO_TEMA__PARA_O_ANO_DE_2015_

     

     

  • O que vale uma vida? Pena capital?

    O que vale uma vida? Pena capital?

    Posso até explicar, argumentar, questionar, postergar, conviver, buscar razões, tais e quais, porém jamais aceitar, que em resposta a um sistema político, regime, norma, lei, por mais constitucional ou soberana que sejam, valham mais que uma vida humana. Portanto jamais Matar!

    Não me colocaria a favor da ideologia do crime, no aplauso das transgressões, na polaridade entre o bem e o mal, mas na certeza que nenhum crime deve ser combatido com outro crime programado, anunciado e proclamado.

    Violência gera violência, morte atrai mais morte. Sofrimentos empobrecem, desqualificam economias, políticas e destroem na essência as mentes, o coração e a ética.

    Vidas humanas são tragadas pelo ódio, pela intolerância, pela certeza de que em nome de um bem se destroem sonhos. As barbáries continuam assolando as nações. Em nome de ideologias, religiões e projetos mesquinhos vão se destruindo vidas, muitas delas inocentes outras certas de que suas opções e credos as conduzirão para o patíbulo da morte.

    Pensando em justiça, estamos à mercê da própria sorte. Não se respeitam mais os acordos internacionais. Não se tem mais uma justiça referencial. Cada qual já tem os seus mecanismos prontos e ordenados para levar a termo suas conjecturas e proeminências.

    A transformação das realidades terrenas está em nossas mãos. O cuidado com o outro e com o mundo é prerrogativa que compete a todos nós viventes, animados pelo sopro da esperança da plenitude da existência.

    Nesta hora, em que as trevas inundam a noite e ressoam gemidos de armas, calando vozes e destruindo vidas, somente em Deus depositamos nossa esperança e consolação.

    A misericórdia é a mais bela atitude daqueles que em Deus buscam a razão para as suas vidas. É na liberdade em Deus que seremos examinados e Nele encontraremos a vida em abundância. O amor é mais forte que a morte. O perdão é o alicerce para a edificação do reino de paz. Lembremos o Papa Francisco dizendo: “Uma paz que não surja como fruto do desenvolvimento integral de todos, não terá futuro e será sempre semente de novos conflitos e variadas formas de violência.” (EG 219)

    Na medida em que a fé, a esperança, a caridade reinarem em nosso meio e em nossas relações a fraternidade será uma realidade.

    A violência nunca constitui uma resposta justa. “Quando a promoção da dignidade das pessoas é o princípio orientador que nos inspira, quando a busca do bem comum constitui o empenho predominante, estarão sendo colocados alicerces sólidos e duradouros para a edificação da paz.” (1)

    Como desejamos ver a profecia de Isaías plenamente realizada entre nós: “das espadas transformadas em arados e do fim de toda a guerra” (cf. Is 2,4-5). Lembrando também Justino de Roma, no século II, ao se dirigir ao imperador para justificar o proceder cristão, disse: “Nós estávamos antes cheios de guerra, de mortes mútuas e de toda maldade, mas renunciamos em toda a terra aos instrumentos guerreiros e transformamos as espadas em arados e as lanças em instrumentos para cultivar a terra, e cultivamos a piedade, a caridade, a fé a esperança” (2)

    Estamos no Ano da Paz, momento privilegiado para intensificarmos a nossa oração pela paz. Guia-nos no caminho da paz (cf. Lc 1,79), funda-nos na paz sonhada e querida por Deus. Ensina-nos que o diálogo, a partilha a fraternidade são construtores de um amanhã sem ocaso. Pela oração, temos certeza, que as sombras da morte desaparecerão, e a certeza da luz da vida nova irá prevalecer na escuridão que teimosamente tenta ofuscar o olhar do amanhecer.

    Momento também muito oportuno para refletirmos que a “Pena Capital”, não é correção, não é solução e nem exemplo de boa conduta. Abramos o nosso coração e das nações para acolhermos o justo e o pecador, que um dia comerão juntos num mesmo prato e saborearão das delícias da justiça de Deus.

     

    Pe. Roberto Alves Marangon “o menor entre vós
    Pároco
    Paróquia São João Batista – Rudge Ramos – SBC

     

    (1) Papa João Paulo II, Mensagem Dia Mundial da Paz de 1999

    (2) Justino de Roma. Diálogo em Trifão, n.110

  • São José Operário

    São José Operário

    Por Cristiane Cordeiro Alves

    saojoseBasta traçar um paralelo entre a vida cheia de sacrifícios de São José, que trabalhou a vida toda para ver Nosso Senhor Jesus Cristo dar a vida pela humanidade, e a luta dos trabalhadores do mundo todo, pleiteando respeito a seus direitos mínimos, para entender os motivos que levaram o papa Pio XII a instituir a festa de “São José Trabalhador”, em 1955, na mesma data em que se comemora o dia do trabalho em quase todo o planeta.

    São José é o modelo ideal do operário. Sustentou sua família durante toda a vida com o trabalho de suas próprias mãos, cumpriu sempre seus deveres para com a comunidade, ensinou ao Filho de Deus a profissão de carpinteiro e, dessa maneira suada e laboriosa, permitiu que as profecias se cumprissem e seu povo fosse salvo, assim como toda a humanidade.

    Proclamando São José protetor dos trabalhadores, a Igreja quis demonstrar que está ao lado deles, os mais oprimidos, dando-lhes como patrono o mais exemplar dos seres humanos, aquele que aceitou ser o pai adotivo de Deus feito homem, mesmo sabendo o que poderia acontecer à sua família. José lutou pelos direitos da vida do ser humano e, agora, coloca-se ombro a ombro na luta pelos direitos humanos dos trabalhadores do mundo, por meio dos membros da Igreja que aumentam as fileiras dos que defendem os operários e seu direito a uma vida digna.

    Apesar de ter grande importância dentro da Igreja Católica, o nome de São José não é muito citado dentro das fontes bibliográficas da Igreja, sendo apenas mencionado nos Evangelhos de S. Lucas e S. Mateus.

    Descendente de Davi, São José era carpinteiro na Galiléia e comprometido com Maria. Segundo a tradição popular, a mão de Maria era aspirada por muitos pretendentes, porém, foi a José que ela foi concedida.

    Quando Maria recebeu a anunciação do anjo Gabriel de que daria à luz ao Menino Jesus, José ficou bastante confuso porque apesar de não ter tomado parte na gravidez, confiava na fidelidade dela. Resolveu, então, terminar o noivado e deixá-la secretamente, sem comentar nada com ninguém. Porém, em um sonho, um anjo lhe apareceu e contou que o Menino era Filho de Deus e que ele deveria manter o casamento.

    José esteve ao lado de Maria em todos os momentos, principalmente na hora do parto, que aconteceu em um estábulo, em Belém.

    Quando Jesus tinha dois anos, José foi novamente avisado por um anjo que deveria fugir de Belém para o Egito, porque todas as crianças do sexo masculino estavam sendo exterminadas, por ordem de Herodes.

    José, Maria e Jesus fugiram para o Egito e permaneceram lá até que um anjo avisasse da morte de Herodes.

    Temendo um sucessor do tirano, José levou a família para Nazaré, uma cidade da Galiléia.

    Outro momento da vida de Cristo em que José aparece na condição de Seu guardião foi na celebração da Páscoa Judaica, em Jerusalém, quando Jesus tina 12 anos.

    Em companhia de muitos de seus vizinhos, José e Maria voltavam para a Galiléia com a certeza de que Jesus estava no meio do grupo.

    Ao chegar a noite e não terem notícias de seu filho, regressaram para Jerusalém em uma busca que durou 3 dias.

    Para a surpresa do casal, Jesus foi encontrado no templo em meio aos doutores da lei mais eruditos, explicando coisas que o deixavam admirados.

    Apesar da grande importância de José na vida de Jesus Cristo não há referências da data de sua morte.

    Acredita-se que José tenha morrido antes da crucificação de Cristo, quando Cristo tinha 30 anos.

    São José – Rogai por nós

  • Corrupção: o pecado fácil de cometer.

    Corrupção: o pecado fácil de cometer.

    Por Luís Guimarães

    Nunca escutamos tanto a palavra corrupção como nos últimos meses em nosso país. Os escândalos se acumulam e provavelmente outros ainda estão por vir, mas muitos de nós nos perguntamos: De onde vem tudo isso?

    Primeiramente, vejamos o que o Catecismo da Igreja Católica fala sobre este pecado:

    No artigo sete, que descreve sobre o Sétimo Mandamento, “Não roubarás”, o Catecismo diz:

    • 2454 “Toda forma de apropriação e uso injusto dos bens de outrem é contrária ao sétimo mandamento. A injustiça cometida exige reparação. A justiça comutativa exige a restituição do bem roubado.”

    Com essas palavras, a nossa Igreja deixa bem claro que dinheiro recebido por corrupção é o mesmo que roubá-lo de alguém ou de um banco. Mas será que a corrupção está somente nas coisas grandes?

    No evangelho de São Lucas lemos: “Quem é fiel nas pequenas coisas será fiel também nas grandes, e quem é injusto nas pequenas será injusto também nas grandes”. (Lc 16,10)

    A corrupção começa nos pequenos atos como: passar o sinal vermelho, parar sob a faixa de pedestre, estacionar nas vagas exclusivas, fazer um “gatonet”, utilizar o wifi do vizinho, oferecer “um cafezinho pro guarda” na hora da multa ou, como dizia um antigo comercial de TV que ficou eternizado como a lei de Gerson, “É preciso levar vantagem em tudo, certo?”.

    O Papa Francisco, na missa matutina do dia 16 de junho de 2014, comentou “é um pecado fácil, que pode cometer a pessoa que tem autoridade sobre os outros, quer econômica e política quer eclesiástica. Somos tentados pela corrupção. É um pecado fácil de cometer”. O Santo Padre foi além e perguntou: “Quem paga por tudo isso?”.

    Segundo o Papa, certamente não é a pessoa que faz a intermediação da negociação quem paga o preço da corrupção. Quem paga somos nós que, ao utilizarmos os serviços públicos, encontramos escolas sem professores, salas de aula sem carteiras ou condições, hospitais sem remédios ou médicos, ruas esburacadas, estradas mal conservadas, transporte público ineficiente, insegurança nas ruas e uma lista enorme de problemas sociais que levam o povo ao desalento e descrédito no poder público.

    Mas não podemos esquecer que as grandes mudanças começam em pequenos atos. Portanto, ensinemos sempre os nossos filhos e tenhamos em mente que o que existe é o certo e o errado. Não há meio certo e nem o “agora pode”. A Bíblia nos ensina que: “Mas porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca.” Ap 3, 16

    Rezemos por todos os homens de boa-vontade, para que não desanimem na luta pela justiça, pelas vítimas da corrupção, para que possam resistir e persistir na Fé e Esperança e rezemos também para que nosso país se torne cada vez mais fiel nas coisas pequenas, construindo assim um futuro regido pela justiça nas coisas grandes.

    Fontes:
    Bíblia Sagrada
    Site do Vaticano
    Catecismo da Igreja Católica