Categoria: Artigos

  • PÁSCOA – RESSURREIÇÃO

    PÁSCOA – RESSURREIÇÃO

    Por Pe. Raimundo Gordiano

    Após o tempo litúrgico da quaresma, vivido como quarenta dias de exercícios intensos de oração, penitência e caridade, chegamos ao tempo para o qual nos dedicamos preparar. O tempo pascal.

    A páscoa, a grande festa da ressurreição do Senhor, merece ser sempre refletida e retomado seu sentido verdadeiro para a vida cristã, a fim de se vencer as tentativas de deturpação comercial ou de enfraquecimento do sentido devido ao indiferentismo religioso. A páscoa não é uma festa do passado, relembrada apenas como comemoração ou aniversário. É o fato fundante de nossa vida plenificada em Jesus Cristo. Daí ser muito razoável retomar, ainda que em poucas linhas, o que nos quer dizer esta festa.

    A festa pascal é herança dos judeus, que por sua vez deram sentido inteiramente novo à celebração de antigos povos árabes, os quais celebravam o rito de imolação de um cordeiro ou cabrito, em busca de proteção ao seu rebanho. Tratava-se de ungir os umbrais da tenda com o sangue do animal imolado, visando desviar as forças das hostilidades maléficas, proteger a moradia e seus moradores, bem como a proteção do seu rebanho.

    O povo de Israel celebra a páscoa retomando o feito da libertação realizada por Javé, na noite em que o Senhor golpeia o Egito e poupa a vida dos israelitas, sob a liderança de Moisés (Ex 12,13.21ss). Esse modo de celebração tem suas particularidades, destacando-se o fato de ser realizado na casa sob a presidência do pai da família. Assim foi celebrada a páscoa por muitos anos.

    Os percalços da história do povo de Deus, os levou longe do cumprimento da Aliança para a qual apontava a festa Pascal. A passagem da terra da escravidão à terra da libertação celebrada na páscoa só foi possível porque houve um compromisso selado muito antes entre Deus e seu povo através do patriarca Abraão (Gn 15,18; 17,1-21…). Em vários momentos o povo se desviou do caminho de Javé e foi infiel à sua parte no compromisso com Deus. Por isso, durante o reinado de Josias (640-609 a.C), realiza-se grandes mudanças no esforço de se superar os desvios cometidos durante a história, objetivando trazer o povo de volta a fidelidade a Javé. Reformulou-se o modo de celebrar essa páscoa. Passando de uma celebração familiar, tornou-se uma ação que todos os israelitas celebraram vindo a Jerusalém; ela deve operar a reunião do povo para que ele confesse sua fé (LACOSTE, Yves-Jean. Dicionário Crítico de Teologia, pg.1349). O sentido mais original da Páscoa de Israel, todavia, é a ação de Javé que libertou o povo da escravidão egípcia.

    No Novo Testamento perdura a celebração pascal como festa nacional, quando todos vem em peregrinação à Jerusalém e fazem seus rituais entregando os animais a serem oferecidos em sacrifícios no Templo. Jesus, no entanto, não celebra a Páscoa apenas como celebração nacional, mas retoma seu sentido familiar. Ele celebra a páscoa com seus amigos e assume a posição do Pai de família, reunindo seus filhos e presidindo a solene liturgia junto dos seus (Mc 22,14-20; Jo 13, 1ss; I Cor 11,23-26).

    Há algo ainda maior na festa pascal de Jesus. Ele a preside recordando a libertação do passado escravo nas mãos do Faraó, em seguida ele a realiza, vivendo-a, realizando a passagem da grande escravidão do pecado, do mal e da morte, para a libertação total, para a vida plena. A imolação de Jesus se dá no momento em que se celebrava no Templo o sacrifício dos cordeiros destinados à refeição pascal. Jesus é o verdadeiro Cordeiro, imolado pela salvação do povo (Jo 1,29; Mt 27, 45.51). Desde então se pode dizer que Jesus assume a postura de sacerdote porque preside a páscoa e de vítima oferecida em sacrifício.

    A páscoa a partir de Jesus, ganha novo sentido. É passagem, é libertação, renovação da vida. É evento histórico, mas também é mistério. Nele a Aliança feita entre Deus e Abraão selada com o sacrifício dos animais, torna-se uma Aliança eternamente nova, selada com o sacrifício do Cordeiro de Deus que tira o pecado o mundo (Jo 1,29). As testemunhas viram a trajetória de seu sofrimento. Viram quando e onde ele fora sepultado, e depois testemunharam sua presença viva, mas não viram o exato momento em que se deu a ressurreição. O mistério pascal de Cristo vai além do fato histórico.

    No sentido cristão, o evento pascal torna-se o centro da vida e da fé. Mas não basta saber que Jesus Cristo vive. Os Evangelhos traçam um itinerário mostrando o caminhar pelo qual a igreja nascente, através dos discípulos, deixou-se envolver pelo mistério pascal. Viram os sinais de sua ausência- túmulo vazio, faixas que enrolaram o corpo abandonadas (Jo 20,5ss). No seguimento da experiência viram Jesus ressuscitado, aparecendo em momentos e situações diferentes, totalmente livre dos condicionamentos espaços-temporais (Lc 24,31.36; Jo 21,15ss). A etapa de maior relevo na vida dos discípulos frente a páscoa do Senhor, é quando de fato, eles fazem a experiência do Cristo vivo.

    O mistério pascal é que dá sentido e razão à nossa vida cristã. Não basta todavia, saber que Ele vive. A certeza real e intelectual de sua ressurreição só se realiza quando torna-se experiência vital. Quando o discípulo, envolvido pela presença do ressuscitado, se deixa conduzir por Ele e permite que Ele viva através de sua vida.

    O Cristo ressuscitado nos garante a vitória da vida sobre o poder do mal e da morte. E já durante a jornada histórica de nossa existência podemos contemplar o esplendor da vida eterna. A páscoa de Jesus se realiza na vida de todas as pessoas quando a força da vida e do amor os torna livres das amarras de todos os males e pecados, quando se busca o mistério divino presente nas realidades humanas, quando se vive a eternidade na e através da temporalidade. Mas acima de tudo, quando a vida é promovida, protegida, defendida e vivida plenamente em todas as suas dimensões.

    Todo cristão tem a graça desafiadora de celebrar a páscoa de Jesus na liturgia e na vida. Celebrando a ressurreição, vivendo como ressuscitado. Festejemos a Páscoa, mas acima de tudo, sejamos Páscoa.

  • Encerramento da Semana de Visita Pastoral Missionária

    Encerramento da Semana de Visita Pastoral Missionária

    Por Maristela Guimarães

    No domingo dia 21 de fevereiro de 2016, nosso Bispo, D.Pedro Carlos Cipollini celebrou a missa de encerramento da Semana de Visita Pastoral Missionária, na Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, no centro de São Bernardo do Campo.

    A celebração foi lindamente animada pelo Coral de jovens, Fanuel, além dos diversos grupos de canto daquela paróquia.

    D. Pedro saudou carinhosamente e com muita simpatia a cada um dos padres presentes e a todos que estavam na assembleia.

    Durante toda a semana D.Pedro e os padres da cidade visitaram as paróquias de São Bernardo, começando pelo nosso bairro indo até o bairro do Areião.

    Nosso Bispo disse, durante sua homilia, que os católicos devem assumir a missão de amar e servir, somente assim, a realidade da solidariedade e da partilha irá surgir.

    Pediu para que não deixássemos o desânimo tomar conta nesse momento de dificuldade que vivemos. “Nosso Senhor nos acompanha nesse trabalho missionário. Não devemos perguntar: o que a diocese pode fazer por mim e sim o que eu posso fazer pela minha igreja, para ajudar a manter as comunidades mais simples e humildes da nossa cidade.”

    Ao final da Santa Missa, Pe. Giuseppe, vigário Geral da Paróquia Senhora da Boa Viagem, agradeceu a visita de D.Pedro dizendo que o Bispo é sinal de União.

    “Louvado seja Deus por esse acontecimento”, foram suas palavras de encerramento.

    D.Pedro Cipollini, antes da benção final, exortou o trabalho missionário: “Que ninguém desanime e que o Espírito Santo nos impulsione.”

    Vamos nos manter, então, em oração, para que essa Semana de Visita Pastoral Missionária possa trazer mudança de atitude em todos os católicos da nossa diocese, com coragem e compromisso, assumindo o papel da “Igreja em Saída”.

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  • MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA FRANCISCO  PARA O 50º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

    MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA FRANCISCO PARA O 50º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

    «Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo»

    [8 de Maio de 2016]

     

    Queridos irmãos e irmãs!

    O Ano Santo da Misericórdia convida-nos a reflectir sobre a relação entre a comunicação e a misericórdia. Com efeito a Igreja unida a Cristo, encarnação viva de Deus Misericordioso, é chamada a viver a misericórdia como traço característico de todo o seu ser e agir. Aquilo que dizemos e o modo como o dizemos, cada palavra e cada gesto deveria poder expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus para todos. O amor, por sua natureza, é comunicação: leva a abrir-se, não se isolando. E, se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pela caridade, pelo amor divino, a nossa comunicação será portadora da força de Deus.

    Como filhos de Deus, somos chamados a comunicar com todos, sem exclusão. Particularmente próprio da linguagem e das acções da Igreja é transmitir misericórdia, para tocar o coração das pessoas e sustentá-las no caminho rumo à plenitude daquela vida que Jesus Cristo, enviado pelo Pai, veio trazer a todos. Trata-se de acolher em nós mesmos e irradiar ao nosso redor o calor materno da Igreja, para que Jesus seja conhecido e amado; aquele calor que dá substância às palavras da fé e acende, na pregação e no testemunho, a «centelha» que os vivifica.

    A comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade. Como é bom ver pessoas esforçando-se por escolher cuidadosamente palavras e gestos para superar as incompreensões, curar a memória ferida e construir paz e harmonia. As palavras podem construir pontes entre as pessoas, as famílias, os grupos sociais, os povos. E isto acontece tanto no ambiente físico como no digital. Assim, palavras e acções hão-de ser tais que nos ajudem a sair dos círculos viciosos de condenações e vinganças que mantêm prisioneiros os indivíduos e as nações, expressando-se através de mensagens de ódio. Ao contrário, a palavra do cristão visa fazer crescer a comunhão e, mesmo quando deve com firmeza condenar o mal, procura não romper jamais o relacionamento e a comunicação.

    Por isso, queria convidar todas as pessoas de boa vontade a redescobrirem o poder que a misericórdia tem de curar as relações dilaceradas e restaurar a paz e a harmonia entre as famílias e nas comunidades. Todos nós sabemos como velhas feridas e prolongados ressentimentos podem aprisionar as pessoas, impedindo-as de comunicar e reconciliar-se. E isto aplica-se também às relações entre os povos. Em todos estes casos, a misericórdia é capaz de implementar um novo modo de falar e dialogar, como se exprimiu muito eloquentemente Shakespeare: «A misericórdia não é uma obrigação. Desce do céu como o refrigério da chuva sobre a terra. É uma dupla bênção: abençoa quem a dá e quem a recebe» (O mercador de Veneza, Acto IV, Cena I).

    É desejável que também a linguagem da política e da diplomacia se deixe inspirar pela misericórdia, que nunca dá nada por perdido. Faço apelo sobretudo àqueles que têm responsabilidades institucionais, políticas e de formação da opinião pública, para que estejam sempre vigilantes sobre o modo como se exprimem a respeito de quem pensa ou age de forma diferente e ainda de quem possa ter errado. É fácil ceder à tentação de explorar tais situações e, assim, alimentar as chamas da desconfiança, do medo, do ódio. Pelo contrário, é preciso coragem para orientar as pessoas em direcção a processos de reconciliação, mas é precisamente tal audácia positiva e criativa que oferece verdadeiras soluções para conflitos antigos e a oportunidade de realizar uma paz duradoura. «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. (…) Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 7.9).

    Como gostaria que o nosso modo de comunicar e também o nosso serviço de pastores na Igreja nunca expressassem o orgulho soberbo do triunfo sobre um inimigo, nem humilhassem aqueles que a mentalidade do mundo considera perdedores e descartáveis! A misericórdia pode ajudar a mitigar as adversidades da vida e dar calor a quantos têm conhecido apenas a frieza do julgamento. Seja o estilo da nossa comunicação capaz de superar a lógica que separa nitidamente os pecadores dos justos. Podemos e devemos julgar situações de pecado – violência, corrupção, exploração, etc. –, mas não podemos julgar as pessoas, porque só Deus pode ler profundamente no coração delas. É nosso dever admoestar quem erra, denunciando a maldade e a injustiça de certos comportamentos, a fim de libertar as vítimas e levantar quem caiu. O Evangelho de João lembra-nos que «a verdade [nos] tornará livres» (Jo 8, 32). Em última análise, esta verdade é o próprio Cristo, cuja misericórdia repassada de mansidão constitui a medida do nosso modo de anunciar a verdade e condenar a injustiça. É nosso dever principal afirmar a verdade com amor (cf. Ef 4, 15). Só palavras pronunciadas com amor e acompanhadas por mansidão e misericórdia tocam os nossos corações de pecadores. Palavras e gestos duros ou moralistas correm o risco de alienar ainda mais aqueles que queríamos levar à conversão e à liberdade, reforçando o seu sentido de negação e defesa.

    Alguns pensam que uma visão da sociedade enraizada na misericórdia seja injustificadamente idealista ou excessivamente indulgente. Mas tentemos voltar com o pensamento às nossas primeiras experiências de relação no seio da família. Os pais amavam-nos e apreciavam-nos mais pelo que somos do que pelas nossas capacidades e os nossos sucessos. Naturalmente os pais querem o melhor para os seus filhos, mas o seu amor nunca esteve condicionado à obtenção dos objectivos. A casa paterna é o lugar onde sempre és bem-vindo (cf. Lc 15, 11-32). Gostaria de encorajar a todos a pensar a sociedade humana não como um espaço onde estranhos competem e procuram prevalecer, mas antes como uma casa ou uma família onde a porta está sempre aberta e se procura aceitar uns aos outros.

    Para isso é fundamental escutar. Comunicar significa partilhar, e a partilha exige a escuta, o acolhimento. Escutar é muito mais do que ouvir. Ouvir diz respeito ao âmbito da informação; escutar, ao invés, refere-se ao âmbito da comunicação e requer a proximidade. A escuta permite-nos assumir a atitude justa, saindo da tranquila condição de espectadores, usuários, consumidores. Escutar significa também ser capaz de compartilhar questões e dúvidas, caminhar lado a lado, libertar-se de qualquer presunção de omnipotência e colocar, humildemente, as próprias capacidades e dons ao serviço do bem comum.

    Escutar nunca é fácil. Às vezes é mais cómodo fingir-se de surdo. Escutar significa prestar atenção, ter desejo de compreender, dar valor, respeitar, guardar a palavra alheia. Na escuta, consuma-se uma espécie de martírio, um sacrifício de nós mesmos em que se renova o gesto sacro realizado por Moisés diante da sarça-ardente: descalçar as sandálias na «terra santa» do encontro com o outro que me fala (cf. Ex 3, 5). Saber escutar é uma graça imensa, é um dom que é preciso implorar e depois exercitar-se a praticá-lo.

    Também e-mails, sms, redes sociais, chat podem ser formas de comunicação plenamente humanas. Não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor. As redes sociais são capazes de favorecer as relações e promover o bem da sociedade, mas podem também levar a uma maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos. O ambiente digital é uma praça, um lugar de encontro, onde é possível acariciar ou ferir, realizar uma discussão proveitosa ou um linchamento moral. Rezo para que o Ano Jubilar, vivido na misericórdia, «nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos; elimine todas as formas de fechamento e desprezo e expulse todas as formas de violência e discriminação» (Misericordiae Vultus, 23). Em rede, também se constrói uma verdadeira cidadania. O acesso às redes digitais implica uma responsabilidade pelo outro, que não vemos mas é real, tem a sua dignidade que deve ser respeitada. A rede pode ser bem utilizada para fazer crescer uma sociedade sadia e aberta à partilha.

    A comunicação, os seus lugares e os seus instrumentos permitiram um alargamento de horizontes para muitas pessoas. Isto é um dom de Deus, e também uma grande responsabilidade. Gosto de definir este poder da comunicação como «proximidade». O encontro entre a comunicação e a misericórdia é fecundo na medida em que gerar uma proximidade que cuida, conforta, cura, acompanha e faz festa. Num mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e irmãos em humanidade.

    Vaticano, 24 de Janeiro de 2016.

    Franciscus

  • FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA

    FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA

    Por Luís Guimarães
    Fonte: Vaticano

    sagrada_familia_2015Hoje em dia, em um mundo onde as coisas são descartáveis e muito se pensa no “eu e no meu” esquecendo-se do coletivo, muitos pais veem os filhos como empecilho ou impedimento para suas vidas. Com um discurso de que um filho “é uma coisa” que pode impedir o crescimento profissional, tirar o sossego, horas de lazer ou limitar a vida íntima do casal esquecem-se de que um filho é Dom de Deus.

    O Papa Emérito Bento XVI , no dia 30 de dezembro de 2013, fez o seguinte comentário do Evangelho do dia: “A preocupação de Maria e José por Jesus é a mesma de todos os pais que educam um filho, que o introduzem na vida e na compreensão da realidade. Portanto, hoje é indispensável dirigir uma oração especial ao Senhor por todas as famílias do mundo. Imitando a Sagrada Família de Nazaré, os pais se preocupem seriamente pelo crescimento e pela educação dos próprios filhos, a fim de que amadureçam como homens responsáveis e cidadãos honestos, sem nunca esquecer que a fé é um dom precioso que deve ser alimentado nos próprios filhos, inclusive com o exemplo pessoal. Ao mesmo tempo, rezemos para que cada criança seja recebida como dom de Deus, apoiada pelo amor do pai e da mãe, para poder crescer como o Senhor Jesus, «em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens» (Lc 2, 52). O amor, a fidelidade e a dedicação de Maria e José sejam exemplo para todos os esposos cristãos, que não são os amigos ou os donos da vida dos seus filhos, mas os guardiões deste dom incomparável de Deus.”

    Nesse momento onde muitos dizem que “a instituição familiar está falindo”, as palavras de nosso Papa Emérito chamam os cristãos a mostrar que quando uma família cresce dentro da fé e essa mesma fé é passado aos nossos filhos, a família fica mais forte e sólida que nunca.

    O Papa Francisco em sua homilia de 28 de dezembro de 2014, nos mostra quem está no centro de uma família sólida: ”A mensagem que provém da Sagrada Família é, antes de tudo, uma mensagem de fé. Na vida familiar de Maria e José, Deus está verdadeiramente no centro, na Pessoa de Jesus. Por isso a Família de Nazaré é sagrada. Por quê? Porque está centrada em Jesus.”.

    Também nos lembra de que: “Quando pais e filhos respiram o mesmo clima de fé, possuem uma energia que lhes permite enfrentar até provações difíceis, como demonstra a experiência da Sagrada Família, no dramático evento da fuga para o Egito: uma prova difícil.”.

    Peçamos a Jesus, Maria e José que abençoe e ilumine todas as famílias e de modo especial aquelas que, como a Sagrada Família, tiveram que deixar sua terra natal e procurar conforto e segurança em terras estranhas.

    Sagrada Família, rogai por nós!

  • “GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS, E PAZ NA TERRA AOS QUE ELE AMA!” (Lucas 2, 14)

    “GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS, E PAZ NA TERRA AOS QUE ELE AMA!” (Lucas 2, 14)

    Por Ricardo Alvarenga

    Novena_Natal_2015Estamos nos aproximando das festividades do nascimento do Senhor. Antes dessa importante data, somos agraciados com as ricas reflexões do tempo litúrgico do Advento, que nos ajuda a reparar o coração e motivar nossas atitudes para bem viver o Natal do Senhor.

    Sabemos que há muito tempo o Natal vem sendo resignificado; vem deixando de ser a festa do nascimento de Jesus e se tornou uma festa à serviço do modelo capitalista, que escraviza, aprisiona as pessoas à necessidade de consumir sem parar e esvazia de sentido nossas vidas e corações.

    Precisamos fazer frente a esse modelo tão destrutivo, que corrói a nossa sociedade e não nos permite viver sentimentos tão lindos como os que estão presentes nas festividades natalinas. O verdadeiro sentido do Natal está na confraternização, no encontro, na alegria do nascimento, na festa pela e para a vida.

    Neste momento em que vivemos, acredito que duas coisas podem nos ajudar muito a viver bem esse tempo do Natal de 2015. Primeiro, aproximar-se das pessoas, dos necessitados. Quando falo de necessitados, não me refiro apenas aos mendigos e moradores de rua – que muito necessitam de nossa atenção e ajuda -, mas também dos necessitados que habitam a nossa casa, que dormem no quatro ao lado, com os quais muitas vezes nos comunicamos tão superficialmente ou somos incapazes de acolher com suas mazelas e limitações. Uma segunda atitude seria a oração pela paz no mundo. Talvez seja comum e até compreensível que se agradeça a Deus por não ter chegado ao Brasil as guerras e os atentados terroristas. De fato, esse agradecimento é completamente compreensivo, porém, quando fazemos isso muitas vezes esquecemos que a oração mais necessária seria por aqueles que tanto sofrem com as guerras. Precisamos dedicar um tempo especial para orar, pedindo a paz para os lugares que vivem em conflito.

    O Papa Francisco afirmou, durante uma Missa no dia 19 de novembro de 2015, no Vaticano, que as festividades de Natal soam falsas em um mundo que escolheu viver a guerra e o ódio. “Estamos perto do Natal: haverá luzes, festas, árvores iluminadas, presépios, (…) mas é tudo falso. O mundo continua em guerra, fazendo guerras, não compreendeu o caminho da paz”, lamentou o pontífice. No final do Evangelho que vamos ouvir na missa do Natal do Senhor, é narrado o nascimento de Jesus. O texto termina com um trecho que me parece muito oportuno destacar: “E de repente uma multidão do exército celeste juntou-se ao anjo, e louvavam a Deus, dizendo: Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos que ele ama!” (Lc 2, 14).

    Que nestes dias favoráveis à bondade e mansidão possamos nos unir em uma verdadeira corrente pela paz mundial, sem cair no erro de achar que Deus abandonou a humanidade. Celebrar o nascimento do Senhor todos os anos é justamente mostrar que Deus constantemente reafirma conosco seu compromisso de amor. Mas ele sempre nos deixa livres para que possamos fazer nossas escolhas.

    Recentemente, assisti a um vídeo de uma menina iraquiana, chamada Myriam, que vive em um campo de concentração, pois sua cidade foi destruída pela guerra. Durante a conversa, o repórter pergunta para a menina o que ela tinha de mais precioso na sua cidade. Ela responde que era a sua casa e continua: “Mas agradeço a Deus. Ele tem provido para nós”. Que, assim como essa menina, possamos carregar sempre dentro do nosso coração a certeza de que Deus é por nós e que nós podemos e devemos pedir e fazer pela paz.

  • Novena de Natal 2015

    Novena de Natal 2015

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    Conforme o costume, as famílias da Vila Mussolini e Vila Caminho do Mar se reúnem para os encontros da Novena de Natal. São momentos fortes de oração, cumplicidade e amizade.
    Feliz Natal a todos.

  • Semana Nacional da Vida e Dia do Nascituro 2015

    Semana Nacional da Vida e Dia do Nascituro 2015

    Por Simone Cotrufo França

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    A Igreja no Brasil realiza a SNV de 1 a 7 de outubro, culminando com o Dia do Nascituro, no dia 8.

    Durante a SNV, as dioceses são convidadas a desenvolver atividades em torno do tema, focando sempre no direito à vida e na preservação da dignidade humana. A Semana Nacional da Vida foi instituída em 2005 pela 43ª Assembleia Geral da CNBB. O Dia do Nascituro é um dia em homenagem ao novo ser humano, à criança que ainda vive dentro da barriga da mãe. A data celebra o direito à proteção da vida e saúde, à alimentação, ao respeito e a um nascimento sadio. O objetivo é suscitar nas consciências, nas famílias e na sociedade o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos.

    Neste ano de 2015, o convite é para a reflexão em torno da Encíclica Evangelium Vitae, o Evangelho da Vida, de São João Paulo II, publicada há 20 anos, em 1995, e mais atual do que nunca no que se refere à promoção e valorização da Vida.

    Marco para a bioética, esta Encíclica trouxe luz para dificuldades do homem moderno, e traz luz para nossa sociedade brasileira inclusive neste momento de crise: não pode haver verdadeira democracia, se não é reconhecida a dignidade de cada pessoa e não se respeitam os seus direitos.

    Ó Maria,
    aurora do mundo novo,
    Mãe dos viventes,
    confiamo-Vos a causa da vida:
    olhai, Mãe,
    para o número sem fim
    de crianças a quem é impedido nascer,
    de pobres para quem se torna difícil viver,
    de homens e mulheres
    vítimas de inumana violência,
    de idosos e doentes assassinados
    pela indiferença
    ou por uma presunta compaixão.
    Fazei com que todos aqueles que creem
    no vosso Filho
    saibam anunciar com desassombro e amor
    aos homens do nosso tempo
    o Evangelho da vida.
    Alcançai-lhes a graça de o acolher
    como um dom sempre novo,
    a alegria de o celebrar com gratidão
    em toda a sua existência,
    e a coragem para o testemunhar
    com laboriosa tenacidade,
    para construírem,
    juntamente com todos os homens
    de boa vontade,
    a civilização da verdade e do amor,
    para louvor e glória de Deus Criador
    e amante da vida.