Autor: Webmaster

  • Papa: apoiar a dignidade de todo ser humano, inclusive “contra a corrente”

    A vida e a dignidade de todo ser humano devem ser defendidas em todas as ocasiões, também quando para isso seja necessário nadar “contra a corrente”, porque na sociedade se defendem ideias em sentido oposto.

    Esta é a mensagem do Papa Bento XVI, enviada aos participantes da 25ª Conferência Internacional sobre o tema “Caritas in veritate: por um cuidado da saúde justo e humano”, promovida pelo Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, que terminará amanhã.

    Na mensagem, lida hoje de manhã pelo secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, o Pontífice recorda que “a justiça no campo da saúde deve estar entre as prioridades nas agendas dos governos e das instituições internacionais”.

    “Infelizmente, junto a resultados positivos e motivadores, há opiniões e linhas de pensamento que a ferem”, lamenta.

    Neste sentido, cita “questões como as relacionadas à chamada ‘saúde reprodutiva’, com o recurso a técnicas artificiais de procriação que comportam a destruição de embriões, ou com a eutanásia legalizada”.

    “O amor à justiça, a proteção da vida desde sua concepção até seu término natural, o respeito à dignidade de todo ser humano, devem ser apoiados e testemunhados, inclusive contra a corrente”, afirma o Papa no texto.

    “Os valores éticos fundamentais são patrimônio comum da moralidade universal e base da convivência democrática.”

    Para defender estes valores, sublinha o Papa, “é necessário o esforço conjunto de todos, mas também e sobretudo uma profunda conversão do olhar interior”.

    “Somente quando se enxerga o futuro com o olhar do Criador, que é um olhar de amor, a humanidade aprenderá a viver na terra em paz e justiça, destinando com equidade a terra e seus recursos ao bem de todo homem e de toda mulher”, indica.

    Neste contexto, conclui citando sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2010, na qual deseja “um modelo de desenvolvimento fundado na centralidade do ser humano, na promoção e partilha do bem comum, na responsabilidade, na consciência da necessidade de mudar os estilos de vida e na prudência, virtude que indica as ações que se devem realizar hoje na previsão do que poderá suceder amanhã”.

  • Vigília mundial pela vida nascente

    No dia 27 de novembro, a Igreja universal rezará pela defesa da vida

    O apelo foi lançado no último mês de junho. Em algumas igrejas, a mobilização foi um pouco lenta, mas a verdade é que, no dia 27 de novembro, na Basílica de São Pedro, assim como nas dioceses e igrejas católicas do mundo inteiro, serão realizadas vigílias de oração, adorações ao Santíssimo Sacramento e terços em defesa da vida nascente.

    No último dia 14 de junho, o cardeal Antonio Cañizares, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, e o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, enviaram uma carta a todos os presidentes das conferências episcopais para convidá-los a organizar uma solene “vigília pela vida nascente”.

    Na carta, informa-se aos bispos que foi o próprio Pontífice quem havia tomado a iniciativa de realizar a vigília na Basílica de São Pedro, coincidindo com as Primeiras Vésperas do 1º domingo do Advento e perto do Natal de nosso Senhor Jesus Cristo.

    Junto às vésperas, a carta propõe a adoração eucarística para “dar graças ao Senhor que, com a doação total de si mesmo, deu sentido e valor a toda a vida humana, e para invocar a proteção de todo ser humano chamado à existência”.

    À vigília e à adoração, a Conferência Episcopal Espanhola propôs acrescentar também a oração do terço.

    “É desejo do Santo Padre – lê-se na carta – que os bispos presidam em suas igrejas celebrações similares que envolvam paróquias, comunidades religiosas, associações e movimentos.”

    A carta também explica: “Todos nós somos conscientes dos perigos que ameaçam a vida humana hoje devido à cultura relativista e utilitarista que escurece a percepção da dignidade de toda pessoa humana, seja qual for sua fase de desenvolvimento”.

    Por isso, acrescenta, citando a encíclica Evangelium vitae, de João Paulo II, “estamos chamados mais que nunca a ser ‘povo da vida’ com a oração e com o compromisso”.

    A missiva convida todos os presidentes das conferências episcopais a “envolver rapidamente e da maneira mais apropriada” todos os bispos de cada país, de forma que “se possa inserir esta iniciativa nos diversos programas diocesanos”.

    A carta termina com o desejo de que “todas as igrejas particulares, em união com o Santo Padre, Pastor universal”, possam “obter a graça e a luz do Senhor para a conversão dos corações e dar um testemunho comum da Igreja para uma cultura da vida e do amor”.

  • O caminho traçado pelo Papa para revalorizar a Palavra na Igreja

    Indicações na exortação apostólica do Sínodo dos Bispos sobre o tema

    Bento XVI publicou nessa quinta-feira a exortação apostólica pós-sinodal Verbum Domini, que recolhe as conclusões da assembleia do Sínodo dos Bispos celebrada no Vaticano em outubro de 2008 com o objetivo de “revalorizar a Palavra divina na vida da Igreja”.

    É o que confessa o próprio pontífice neste documento de cerca de 200 páginas, em que se apresentam e explicam as 55 “propostas” que surgiram daquela reunião eclesial centrada na “Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”.

    Na introdução, o Papa deixa muito claro seu objetivo: “Desejo assim indicar algumas linhas fundamentais para uma redescoberta, na vida da Igreja, da Palavra divina, fonte de constante renovação, com a esperança de que a mesma se torne cada vez mais o coração de toda a actividade eclesial.”

    E esclarece os motivos: “Num mundo que frequentemente sente Deus como supérfluo ou alheio, confessamos como Pedro que só Ele tem «palavras de vida eterna». Não existe prioridade maior do que esta: reabrir ao homem actual o acesso a Deus, a Deus que fala e nos comunica o seu amor para que tenhamos vida em abundância” (n. 2).

    Questões de fundo

    A exortação apostólica constitui uma ajuda decisiva para superar muitos mal-entendidos entre termos como Bíblia, Escritura ou Palavra de Deus. Com clareza, como o fizeram os participantes no sínodo, sublinha que “apesar da fé cristã não ser uma «religião do Livro»: o cristianismo é a «religião da Palavra de Deus», não de «uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo»” (n. 7).

    De fato – afirma – “é a Tradição viva da Igreja que nos faz compreender adequadamente a Sagrada Escritura como Palavra de Deus” (n. 17).

    Os que buscam respostas sobre o valor da Bíblia para a Igreja descobrirão na leitura do documento que “a Sagrada Escritura é «Palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito de Deus». Deste modo se reconhece toda a importância do autor humano que escreveu os textos inspirados e, ao mesmo tempo, do próprio Deus como verdadeiro autor” (n. 19).

    Um dos argumentos que mais interesse suscitou no sínodo foi a interpretação ou exegese da Bíblia entre os acadêmicos.

    O documento recorda aos exegetas crentes que “jamais devem esquecer que interpretam a Palavra de Deus. A sua tarefa não termina depois que distinguiram as fontes, definiram as formas ou explicaram os processos literários. O objectivo do seu trabalho só está alcançado quando tiverem esclarecido o significado do texto bíblico como Palavra actual de Deus»” (n. 33).

    Propostas

    Esclarecidas as questões de fundo, que em ocasiões suscitaram debates acirrados entre teólogos e biblistas nas últimas décadas, o Papa passa a apresentar propostas concretas e sobretudo atuais, surgidas do Sínodo da Palavra.

    Por exemplo, sublinha “a centralidade dos estudos bíblicos no diálogo ecuménico, que visa a plena expressão da unidade de todos os crentes em Cristo”. Assim, impulsiona “a promoção das traduções comuns da Bíblia faz parte do trabalho ecuménico” (n. 46).

    Aborda também a debatida questão das homilias – o sínodo constatou a falta de qualidade de muitas delas –, e pede que “os pregadores tenham familiaridade e contacto assíduo com o texto sagrado; preparem-se para a homilia na meditação e na oração, a fim de pregarem com convicção e paixão” (n. 59).

    Estas propostas do Papa chegam a tocar inclusive questões como a acústica das igrejas, para poder escutar com “maior atenção” a Palavra, assim como o canto litúrgico, que deve ter “uma clara inspiração bíblica” e expressar “a beleza da palavra divina”, recomendando em particular “o canto gregoriano” (n. 70).

    O pontífice insiste na necessidade de “uma atenção particular àqueles que, por causa da própria condição, sentem dificuldade em participar activamente na liturgia, como por exemplo os cegos e os surdos” (n. 71).

    Considera que a animação bíblica não é um apêndice na vida da Igreja, mas que é necessário voltar a dar o “posto central da Palavra de Deus”, através de uma “animação bíblica de toda a pastoral” (n. 73), em particular, na catequese, para que se converta em um “abeirar-se das Escrituras na fé e na Tradição da Igreja, de modo que aquelas palavras sejam sentidas vivas” (n. 74).

    Como era de esperar, propõe em várias ocasiões a leitura orante da Bíblia, conhecida como “Lectio Divina”, pois o Sínodo insistiu repetidamente nesta prática, que “é verdadeiramente capaz não só de desvendar ao fiel o tesouro da Palavra de Deus, mas também de criar o encontro com Cristo, Palavra divina viva” (n. 87).

    Uma sugestão do Papa é ir em peregrinação à Terra Santa, a qual qualifica, como o Sínodo, de “quinto Evangelho” e assinala que, para que os lugares santos não se tornem pedras mortas, “como é importante a existência de comunidades cristãs naqueles lugares, apesar das inúmeras dificuldades (n. 89).

    Nova evangelização

    O documento, portanto, situa-se na trilha da nova evangelização, prioridade deste pontificado, pois “há muitos irmãos que são batizados mas não suficientemente evangelizados. É frequente ver nações, outrora ricas de fé e de vocações, que vão perdendo a própria identidade, sob a influência de uma cultura secularizada” (n. 96).

    Esta nova evangelização – afirma –, passa em boa parte pelo testemunho, pois a Palavra de Deus alcança os homens através do encontro com testemunhas que a tornam presente e viva” (n. 97).

    Este testemunho deve tocar todas as dimensões da vida, incluindo o compromisso pela justiça (n. 100), a defesa dos direitos humanos (n. 101), a promoção da paz (n. 102), a salvaguarda da Criação – ecologia bíblica – (n. 108), a presença na internet para que na rede apareça “o rosto de Cristo” (n. 113) e o diálogo inter-religioso (n. 117).

  • “Verbum Domini” preenche déficit na vida do povo de Deus

    Comentário do padre Federico Lombardi, porta-voz vaticano

    A exortação apostólica Verbum Domini preenche um déficit criado na vida do povo de Deus, que corre o risco de perder o entusiasmo promovido pelo Concílio Vaticano II pela Palavra de Deus.

    O padre Federico Lombardi, S.J., diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, recorda – em editorial de Octava Dies – que a constituição Verbum Dei foi um dos documentos mais importantes do Concílio Vaticano II.

    Mas com o tempo, notou-se “um certo descuido, uma rotina”, com as consequências de um “genérico espiritualismo ou, pelo contrário, de áridos tecnicismos por parte dos especialistas”.

    Padre Lombardi assinala que essa situação provocou “um déficit que se tinha de preencher na vida espiritual do povo de Deus”.

    O porta-voz vaticano recolhe duas das propostas centrais do Papa: “ler e interpretar a Escritura com métodos oferecidos pela ciência, mas à luz da fé, para encontrar a Palavra de Deus, Jesus Cristo; e viver e praticar a escuta e o serviço da Palavra na vida cotidiana da Igreja, para ajudar os fiéis e toda humanidade a encontrar Deus através de Jesus Cristo”.

    “Por este motivo, Bento XVI não só nos dá outro grande documento para estudar e assimilar: oferece-nos ajuda e exemplo.”

  • Bento XVI encontrará Zapatero em sua visita à Espanha

    O Papa Bento XVI se reunirá com o chefe de governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, no dia 7 de novembro, durante uma visita que fará a Barcelona, informaram fontes oficiais.

    A vice-chefe de governo, María Teresa Fernández de la Vega, informou que o encontro não estava previsto na agenda oficial divulgada pelo Vaticano.

    A notícia foi dada por De la Vega em conversa com os veículos de imprensa espanhois, após ter se reunido hoje com o secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone.

    Na sexta-feira passada, a Santa Sé anunciou que Bento XVI irá à Espanha nos dias 6 e 7 de novembro. No primeiro dia, ele irá a Santiago de Compostela por ocasião do Ano Santo Compostelano e lá encontrará a família real. Em seguida, visitará a catedral, onde dirigirá uma saudação aos peregrinos.

    No dia seguinte, já em Barcelona, planeja celebrar uma Missa na Igreja da Sagrada Família. O Pontífice terá um almoço com cardeais e bispos da Espanha e, em seguida, conhecerá uma estrutura católica de assistência à infância carente.

    Sua volta para Roma está prevista para as 19h15 locais (14h15 no horário de Brasília).

  • Visita do Papa à Espanha será marcada pela fé e arte

    “Ele está muito feliz com a viagem, porque a desejou muito”
    Fé, arte, família, Europa: são os temas fundamentais que marcaram a viagem do Papa Bento XVI à Espanha. A Visita Apostólica marcada para os dias 6 e 7 de novembro em Santiago de Compostela e Barcelona será eminentemente pastoral, ressaltou o diretor da sala de imprensa vaticana, padre Federico Lombardi, em coletiva na manhã desta sexta-feira, 29.

    O Papa se fará peregrino entre os peregrinos para rezar no Túmulo do Apóstolo Tiago. Uma viagem muito aguardada, explicou o diretor da sala de imprensa vaticana, pois para Joseph Ratzinger se trata da primeira visita a Santiago e a Barcelona.

    O Santo Padre viajará a Santiago de Compostela, por ocasião do Ano Santo Compostelano, e a Barcelona para a dedicação do Templo da Sagrada Família. Se trata da 18º viagem internacional de Bento XVI, a segunda à Espanha, país que o Papa visitará novamente no próximo ano em ocasião da Jornada Mundial da Juventude de Madri. “Ele está muito feliz com a viagem, porque a desejou muito. Falou uma vez com seu irmão de viajarem juntos, mas não foi possível realizá-la”, contou padre Lombardi.

    Se a peregrinação será o tema mais importante da viagem a Santiago de Compostela, no ano do jubileu, o binômio arte e fé caracterizará em vez a etapa de Barcelona, centrada na dedicação da extraordinária obra de Gaudí – Um artista que representa também um modelo de vida cristã e da qual está em andamento a Causa de Beatificação.

    Padre Lombardi centralizou também os valores da fé e não somente artístico do Templo da Sagrada Família, que depois da dedicação assumirá o título de Basílica menor. “Em tudo há um significado profundo, porque Gaudí assimilou a Liturgia e a Sagrada Escritura” destacou. Esta construção é um pouco na linha das grandes catedrais da Idade Média. “Exprime todos os cosmos recolhidos e expressos em torno do altar, do mistério da Igreja e da presença de Deus”, explicou padre Lombardi.

    O diretor da sala de imprensa vaticana afirmou que visitando as comunidades autônomas de Galiza e Catalunha, o Papa pronunciará em seu discurso também palavras em galego e catalão.

    Na viagem à Espanha não faltarão encontros com as máximas autoridades do país, da realeza da Espanha, como os príncipes, o primeiro ministro Zapatero e o líder da oposição Rajoy.

    Ao caracterizar o aspecto pastoral da visita, antes de partir, o Pontífice visitará o Instituto Católico “Nen Déu”, que se empenha na assistência de crianças com graves deficiências.

    Ao responder às críticas sobre os custos da viagem, padre Lombardi respondeu que não se trata de uma novidade, acrescentando que esta viagem foi organizada de modo muito simples e sem grandes comprometimentos com as despesas.