Categoria: Entrevistas

  • Projeto Inclusão – Entrevista com Psicopedagoga Mônica

    Projeto Inclusão – Entrevista com Psicopedagoga Mônica

    Por Simone Cotrufo França

    monica_marcos_pardal_200Este mês a Pascom entrevistou a psicopedagoga Mônica que faz um belíssimo trabalho em nossa paróquia com crianças portadoras de necessidades especiais.

    Tenho o privilégio de ter a Mônica como minha amiga e posso afirmar com toda certeza que, por trás de todos os diplomas e por baixo do salto alto, tem uma criança doce, sapeca e encantadora. Ela é uma excelente profissional, competente e comprometida, que faz seu trabalho com dedicação e grande carinho, cativando seus pacientes e familiares.

    Conheçam agora um pouquinho sobre a Mônica e entendam como funciona o Projeto Inclusão.

    Se você for Psicólogo ou Fonoaudiólogo e tiver interesse em fazer parte desse projeto, entre em contato com a Mônica, será muito bem vindo. 

    1. Nome Completo
      Monica Moura Vieira Pardal.
    1. Estado Civil
      Casada há 30 anos – completados em 21/06/2015 próximo, com Marcos Antonio Pardal.
    1. Formação Acadêmica
      . Licenciatura Curta em Educação Artística – Ed. Infantil e E.F I (Faculdade Santa Marcelina/SP)
      . Licenciatura Plena em Artes Plásticas e Desenho Geométrico – E.F II e E.M (Instituto Coração de Jesus/SA)
      . Pós Graduação (Lato Sensu) em Psicopedagogia Clínica e Institucional -Educação Especial e Regular (Faculdade São Bernardo/SBC)
      . Título de Habilitação em Arte Terapia (Instituto Sedes Sapientiae/SP)
    1. Quais pastorais você e o Marcos participam na igreja?
      Somos Integrantes do Grupo Litúrgico da Igreja São João Batista e Comissão Diocesana em Defesa da Vida.
    1. Como funciona o projeto inclusão?
      Inaugurado em 27/6/2008, o Projeto inclusão oferece acompanhamento Psicopedagógico Clínico voltado ao atendimento de PNEs – Portadores de Necessidades Especiais, de nossa Paróquia e Projeto Acolhimento… Destinado ao acompanhamento Clínico a demanda de outras regiões do ABC – escolas públicas, CAPS e UBS voltado à crianças e adolescentes da educação regular com Distúrbios de Aprendizagem e Alterações Neurológicas – Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade, bem como Educação Especial.

      – Quais os horários de atendimento?
    Segundas e Terças Feiras – 8h30 as 17h30 / Sextas Feiras – 8h as 17h30, semanalmente, no Sub Solo do Centro Comunitário São João Batista.

     – Como faço para ter acesso a esse projeto?
    Contatos para agendamento e avaliação inicial: Cel. (11) 99881.3730

     – Há quanto tempo você realiza esse trabalho?
    Realizo esse trabalho há seis anos e dez meses.

     – Você e/ou o Projeto Inclusão precisa do auxílio de alguém?
    Demanda de público carente e que necessita de intervenção clínica multidisciplinar, sendo necessário, muitas vezes, encaminhamento à Psicólogos e Fonoaudiólogos – profissionais não existentes junto ao projeto e que seriam bem vindos para realização de trabalho clínico em nossa Paróquia.

     – Quantos pacientes você atende atualmente?
    Atualmente são realizados 40 atendimentos fixos semanais e eventuais avaliações de orientação e encaminhamentos clínicos diversos.

     – Você lembra quantos pacientes já atendeu desde que começou o projeto?
    Como média geral aproximada, entre acolhimentos fixos e eventuais, um total de 250 atendimentos.

    1. O que mais gosta neste trabalho?
      Difícil especificar o que mais gosto neste trabalho. AMO tudo o que envolve o projeto! O contato com as pessoas, a relação de afeto e carinho, o caminhar e resultado de cada paciente em seu progresso pessoal, as conquistas de metas das famílias, enfim, o prazer da realização de um sonho, a bênção do fazer e ver feliz todos aqueles que tenho o privilégio de conviver e que me são encaminhados por Deus!

    Mônica, que Deus te abençoe e que você seja sempre portadora da alegria e conhecimento para aqueles que te procuram. Agradecemos à sua disponibilidade e atuação em nossa Paróquia.

    “Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza. O generoso prosperará; quem dá alivio aos outros, alívio receberá” – Provérbios 11, 24-25

  • Entrevista: Lourdes Araújo Faccina

    Entrevista: Lourdes Araújo Faccina

    Lourdes01Quem é essa mulher?

    A nova santa brasileira?

    A garota propaganda da Bombril? Afinal ela tem 1001 utilidades.

    Uma “Padra”?

    Nãoooooooooo, a Lourdes é a nossa primeira ministra da palavra! É a primeira mulher que faz a celebração da palavra em nossa comunidade. Ela é o nosso divisor de águas, nossa história será dividida entre o antes e depois das mulheres no altar!

    A vida da Lourdes é tão fascinante que iremos contá-la por capítulos. E eu tive o privilégio de fazer essa entrevista onde me emocionei e aprendi muito. Foi uma de minhas melhores experiências como “jornalista” desse informativo. Está preparado para se emocionar também? Então vamos lá:

     Capítulo I – A menina que não conhecia macarrão

    Era uma vez uma menina “pobre pobre de marré deci”! Ela morava com os pais e mais duas irmãs em São Caetano do Sul, onde nasceu. Conhecida como a filha do pinguço, pois seu pai bebia muito, a Lourdes teve uma infância bem difícil. Sua mãe, que hoje tem 96 anos de idade e é lúcida, trabalhava como diarista para sustentar a família. Ela tinha três empregos por dia e no final do dia, passava e pegava as roupas de uma pessoa para lavar em casa. A mãe dela quem sustentava a família. O pai, apesar da bebida, foi um pai maravilhoso. Era ele quem cuidava das meninas, era ele quem penteava o cabelo delas e foi ele quem nunca deixou a pequena Lourdes ir descabelada para a escola. Ele fazia tranças religiosamente nas “madeixas” da filha. Ele era o amor da vida da mãe de Lourdes. Os pais dela nunca brigavam, nunca discutiam. Um fato curioso nisso tudo era que, o pai da Lourdes bebia por quinze dias diretos e depois passava dois meses sóbrio. Sempre foi assim. E para evitar que o pai saísse para se embriagar nos bares, elas tinham mil artimanhas para “prender” o pai em casa (como simular barulho de chuva) e ofereciam a bebida para ele ali mesmo.

    A pequena Lourdes e suas irmãs não tinham prato, elas comiam em latinhas, tipo latinhas de marmelada. A comida delas era uma massa feita de feijão com farinha. Arroz era raridade e quando tinha passava bem rapidinho por perto das latinhas. A “fartura” vinha quando sua mãe voltava dos trabalhos. Ela vinha com uma porção de comida embrulhada em jornal (isso mesmo que você está lendo, embrulhada em jornal) que ganhava nas casas onde trabalhava. Mas mesmo assim, não conseguia sustentar as meninas e o marido, então, tomou uma decisão difícil. Iria oferecer uma das filhas para trabalhar e morar na casa de uma das patroas. E assim fez!

    Chegando à casa da patroa, a mãe de Lourdes apresentou as três filhas. A patroa olhou e mandou que as meninas encostassem-se à parede e que sorrissem. Tal qual se escolhe uma mercadoria. Ela olhou os dentes das meninas e escolheu a Lourdes, que, na época tinha apenas 9 anos de idade. Lourdes trabalhava na casa e frequentou a escola até o 4º ano. Ela foi a melhor aluna da escola, só ganhava 100 (=naquela época a nota máxima era 100). Seu sonho era ser psicóloga, mas acabou fazendo corte e costura.

    A família com quem ela morava cuidou dela e a ensinou muitas coisas, por exemplo: comer macarrão (ela NUNCA tinha visto macarrão na vida) e outras coisas gostosas; deu educação e a levava para todos os lugares como babá. Ela acordava 5 horas da manhã para regar as plantas e encerava e lustrava o quintal da casa com um escovão. Foi quando ela tinha 13 anos que seu pai faleceu, com 64 anos, e foi ela quem reconheceu o pai morto. Usou preto durante um ano e ia ao cemitério uma vez por semana visitar o túmulo do pai. Depois que as crianças cresceram a Lourdes passou a ser copeira da casa. Ficou com eles até completar 16 anos quando uma de suas irmãs se casou e, consequentemente, “sobrou” um lugar de volta na casa. Então, lá foi a Lourdes morar na casa pobre novamente, onde só havia feijão com farinha.

    Frases da Lourdes importantes que aprendi nesse capítulo:

    “Não tive nada (fazendo referência à pobreza), mas fui uma aluna exemplar”

    “Fui a filha do pinguço, mas não o envergonhei”

    “Ame os pais com seus defeitos e qualidades”.

    Capítulo II – A Italianinha Morena

    No primeiro capítulo da história de Lourdes Araújo Faccina, vimos que ela voltou para casa aos 16 anos. Com 17 anos se casou com o branquinho, loiro e italiano Roberto Faccina (atual coordenador do Bingo da Quermesse da matriz). A mãe de Lourdes tinha muito medo desse casamento. Afinal, sua filha era moreninha. Será que os italianos não iriam “judiar” dela?

    A festa de casamento teve bolo, que ganhou das amigas da firma onde trabalhava, com Ki Suco (lembram do Ki Suco?).

    A Lourdes se tornou a única italiana escura da família, lugar onde ela sempre foi muito bem recebida e acolhida. Ela cuidou da sogra durante 13 anos.

    Lourdes começou seus trabalhos voluntários na Igreja Nossa Senhora das Dores (no Palmares), onde distribuía leite e rezava o terço nas casas.

    Veio para Rudge Ramos há 35 anos e foi convidada por um casal, através das visitas de porta em porta (atividade que o grupo Legião de Maria faz para saber se tem pessoas precisando de visitas, se tem crianças para a catequese/crisma, etc) para ser legionária. O primeiro grupo que entrou foi o Estrela da Tarde. Lá conheceu a Dª Maria do Socorro, mais conhecida como Lilita, que a chamou para ser catequista dos adolescentes (ficou 10 anos com essa função).

    Hoje Lourdes tem 59 anos e junto com o Roberto tiveram 2 filhos, a Simone e o Fabio, onde ganharam 5 netinhos (e ela cuida de todos eles) e mais dois “filhos” espetaculares, o genro Junior e a nora Adriana, os quais ela se orgulha muito de tê-los em sua família.

    A Lourdes é uma só, mas aparenta ser umas mil…Ela é ministra (da palavra, das exéquias e da pastoral da saúde), catequista (2ª fase), legionária (presidente do grupo Nossa Senhora da Consolata, de jovens a partir de 18 anos), coordenadora da catequese de adulto, correspondente (ou missionária) da Legião de Maria em Penápolis, Araçatuba, Pres. Prudente, Assis e Ourinhos, é quem responde pela Legião de Maria em nossa paróquia e por fim, faz parte do conselho paroquial das pastorais. Querem mais? Então vão ter: como missionária, irá para Portugal, África e Irlanda juntamente com os demais membros da Equipe São Miguel. Aff cansei só de digitar tantas coisas que essa mulher faz!!!!

    Se fosse para escolher somente uma atividade entre todas, tarefa que seria MUITO difícil, Lourdes escolheria a Legião de Maria. Ela tem um carinho todo especial pela Legião.

    Quando o Pe. Beto a convidou para ser ministra da palavra foi um susto.

    Sentiu muito medo, mas não podia dizer não a Cristo. Sua prova de fogo foi na semana da família, dia 24 de abril de 2012.

    Ela A-M-O-U celebrar na Capela do Esp. Santo. Amou o povo e a acolhida que teve.

    Lourdes agradece emocionada a todos da Capela pela acolhida. Ela ficou admirada com a estrutura de nossa capelinha e mandou um super parabéns para todos por tudo que fizeram e fazem. Disse que os fiéis da capela são muito batalhadores e são uma verdadeira comunidade. Ela agradece ainda, com grande afeto, aos Pe. Beto e Felipe e ao Diácono Cleidson que são sua família!

    Por fim Lourdes terminou a entrevista assim:

    “Hoje somos vitoriosos, sou muito feliz. Deus já me agraciou com muita coisa. Posso morrer agora, pois já sou realizada”.

    Eu teria ainda, muito mais coisas para contar sobre a vida da Lourdes, mas ela me convidou para comer um bolo de banana e eu não resisti (AMO bolo de banana viu gente? Quando alguém fizer pode me dar um pedaço…). Depois eu passo a receitinha do bolo dela pra vocês.

     

    Frases marcantes durante a entrevista que fazem parte do segundo capítulo:

    “Trabalhei muito junto com meu marido, entrei em uma comunidade dentro da igreja e as portas se abriram.”

    “Deus me agraciou com um marido maravilhoso e filhos maravilhosos. Sou muito feliz por ter conseguido formar meus filhos”

    “Meu filho e meu genro são como dois irmãos, minha filha e minha nora são como duas irmãs. Quer coisa melhor do que isso?”

    “Se precisar a gente se desdobra e faz mesmo”.

    “Deus sempre agiu na minha vida, minha escola foi a vida”.

    Lourdes, obrigada por nos conceder essa entrevista e partilhar conosco sua linda história de vida. Você é um grande exemplo a ser seguido. Para mim, foi uma honra entrevistá-la e é imenso privilégio ser sua amiga. Que Nossa Senhora das Graças cubra de bênçãos sua família e que o Espírito Santo te ilumine sempre.

    Artigos publicados em Junho e Julho 2013 – Jornal Unidos Pelo Espírito Simone Cotrufo França