Autor: Webmaster

  • É o amor que humaniza a sexualidade

    Quem verdadeiramente ama é capaz de assumir o outro integralmente

    11659txtAmor: somente ele pode, de fato, humanizar a sexualidade. No entanto, em nossos dias esse termo se encontra envolto em uma complexa confusão em seu sentido e compreensão. Muitos o têm reduzido apenas à dimensão do prazer e à sua especificidade erótica. É certo que essa palavra engloba também essa dimensão, contudo, ele não se encerra apenas em tal expressão.

    O amor – em seu sentido agápico (Grego: Agápe) – significa capacidade concreta de doação em favor de um outro, buscando a devida interação com a verdade dele. E isso também deve ser aplicado à concepção humano/erótica do amor, pois, este para ser autêntico não poderá ter o egoísmo como única força motriz.

    O amor não se resume à utilização do outro como objeto de prazer sexual. Ele não poderá permitir a utilização momentânea e descartável de um “alguém humano” por meio de aventura descompromissada e irresponsável. O autêntico amor comporta o compromisso.

    Estamos acostumados a ouvir os gritos de uma sociedade, que elevou à máxima potência a necessidade de satisfazer os próprios desejos e instintos a qualquer custo, transmutando assim o valor da pessoa e o colocando em segundo plano. Dentro desse universo de compreensão o que importa é satisfazer o desejo, não se importando se o outro é utilizado como um mero “brinquedo” por alguns instantes, sendo depois jogado nas mãos do destino.

    É o amor/compromisso que humaniza a sexualidade, do contrário ela se torna apenas egoísmo animalesco. A vivência sexual sem o amor deixa de ser humana e torna-se escravidão instintiva.

    Quem verdadeiramente ama é capaz de assumir o outro integralmente, com todas as suas consequências, sem querer usá-lo apenas para uma satisfação superficial.

    O amor torna humana a sexualidade, gerando o comprometimento – que tem sua máxima expressão no matrimônio sacramental – e o bem, necessários para que a devida interação aconteça, sinalizando o outro como fim e não como meio. O ser humano possui uma dignidade inviolável, ele é pessoa e nunca deverá ser diminuído à categoria de objeto.

    O amor traz cor e sabor à vida, ele inaugura uma primavera de sentido para toda e qualquer relação.

    A virtude a que somos chamados consiste em contemplar pessoas e relacionamentos sob a ótica do autêntico amor. Assim a doação sincera em vista do bem inspirará nossas atitudes e nos permitirá elevar o ser à sua altíssima e verdadeira condição: a de filho amado, querido e respeitado por Deus.

    Adriano Zandoná
    artigos@cancaonova.com

  • Vida humana não é guiada por destino cego, explica Bento XVI

    Bento XVI dando sua bênção apostólica, ao final da audiência geral desta quarta-feira, 25.

    274773“Quem aprendeu o sentido da história descrito na Bíblia, sabe que as vicissitudes humanas não são guiadas por um destino cego, mas age nelas o Espírito Santo que suscita um diálogo maravilhoso dos homens com Deus, seu amigo”. A afirmação foi feita pelo Papa Bento XVI na Audiência Geral desta quarta-feira no Vaticano.

    O Papa recordou a vida de dois monges do século XII da Abadia de São Vítor, em Paris: Hugo e Ricardo, e os apresentou como exemplo de teólogos e filósofos crentes que se empenharam em mostrar a concórdia entre a razão e a fé. “Hugo de São Vítor estimulava a uma sã curiosidade intelectual, considerando como o mais sábio quem tiver procurado aprender qualquer coisa de todos.”

    O Pontífice destacou que “autores como eles nos movem à contemplação das realidades celestes e à admiração da Santíssima Trindade como modelo perfeito de comunhão.”

    Quanto mudaria o mundo se nas famílias, nas paróquias e em qualquer comunidade as relações tivessem como modelo as três Pessoas divinas, que não somente vivem com as outras, mas para as outras e nas outras, disse o Pontífice.
    Naquele período, a Abadia de São Vítor contava com uma importante escola de teologia monástica e teologia escolástica. Neste contexto, Hugo ingressou na Abadia, primeiro como aluno e logo como mestre, alcançando uma fama notável, a ponto de ser chamado o “segundo Santo Agostinho”, por sua dedicação às ciências profanas e à teologia. Hugo infundia em seus discípulos um constante desejo de conhecer toda a verdade.

    Entre seus alunos, destacava-se o escocês Ricardo de São Vítor, que exerceu durante anos a função de Prior desta comunidade. Em seus ensinamentos, convidava os fiéis a um contínuo exercício das virtudes, para alcançar uma estável maturidade humana e, assim, poder aceder à contemplação e à admiração das maravilhas da sabedoria.

    Saudação em português

    “Saúdo o grupo de Alphaville e demais peregrinos de língua portuguesa, desejando que o exemplo das três Pessoas divinas – cada uma vive não só com a outra, mas para a outra e na outra – possa inspirar e animar as vossas relações humanas de todos os dias. Com estes votos, de bom grado a todos abençôo”.