Família: a porta-voz da alegria


Familia01A exortação Apostólica publicada pelo Papa Francisco em abril passado, A Alegria do Amor (Amoris Laetitia), dirige-se para as famílias cristãs, falando sobre famílias cristãs.

Sem a intenção aqui de dissertar sobre essa exortação, vamos apenas tomar alguns instantes para pensar nas nossas próprias famílias. Ninguém seria arrogante o suficiente para afirmar que está dentro de uma família perfeita. Mas como é amada mesmo assim, não é mesmo?

E esse amor que existe dentro das famílias deve ser levado para fora, propagado e testemunhado. Nunca devemos desistir das nossas famílias, ou desanimar. Em sua exortação, Papa Francisco lembra-nos   que a Bíblia traz, desde os primeiros capítulos, a história de várias famílias, gerações, suas crises, problemas, lutas, intrigas, e também suas vitórias e alegrias. Várias narrativas exemplificando a vitória do perdão e do amor, trazendo alegria para as famílias. É necessário que o amor seja cultivado, aprendido, cuidado constantemente dentro dos lares. E assim teremos a alegria, que é um dos frutos do Espírito Santo de Deus. Tendo recebido o Espírito Santo em nosso Batismo, somos capacitados para produzir seus frutos, começando dentro das nossas próprias casas.

O Santo Padre diz que “a vocação da família é o olhar fixo em Jesus.” (Cfe. AL 3). É necessário tomar muito cuidado para não desviarmos esse olhar e então termos outra prioridade dentro da família. Deus tem um plano para cada um de nós e também para nossas famílias. “A espiritualidade familiar e conjugal é feita de milhares de gestos reais e concretos” (cfe.AL 315). Entendemos assim que a espiritualidade é construída dia-a-dia e precisa da colaboração de todos os membros da família. Todos precisam estar dispostos e abertos ao perdão, tão necessário dentro dos lares, à humildade de reconhecer suas próprias falhas e limitações, e tolerância e paciência com as falhas e limitações do outro também. Muito simples falando, mas exige de nós exercício constante, perseverança heroica e confiança em Deus. É necessário, portanto, que as famílias rezem juntas, esquecendo o cansaço do final do dia e a falta de tempo. Os mais jovens devem aprender com os mais experientes a importância da oração, assim como mostra essa passagem do evangelho de São Lucas: “Estando em certo lugar orando, ao terminar, um de seus discípulos pediu-lhes: Senhor, ensina-nos a orar” (Cfe. Lc 11, 1). Os discípulos de Jesus foram testemunhas de que seu mestre estava sempre em oração antes de cada ação importante em seu ministério. Eles tiveram o exemplo cotidiano e então a lição foi aprendida.

A sua família reza unida? E, principalmente, reza antes dos momentos decisivos e importantes? Questões que preocupam e tiram a paz? Saúde, viagem, entrevista de emprego, testes? Ou então em agradecimento por mais um aniversário? Ou um novo projeto? Jesus ensinou a rezar em todos os momentos e por todas as circunstâncias. Nossos jovens e crianças precisam aprender a rezar. E suas famílias são as primeiras responsáveis por tal ensinamento e catequese.

Aprender sobre a Palavra de Deus e meditar em família, é também mais um passo no caminho da construção da espiritualidade familiar: “Felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática.” (Cfe Lc 11, 28)

Cada um dentro do seu papel: pai, mãe, filho, irmão, avó, tio, outro alguém talvez, que não tenha nosso sangue, mas assumiu um papel importante na história familiar, deve sempre estar em alerta e disponível, fazendo o que lhe cabe e não esperando que o outro dê o primeiro passo. Nossa família é muito amada e querida por Deus, do jeito que é. Assim foi pensada por Deus Pai Criador e dessa maneira em que se apresenta é o veículo que Ele quer usar para levar seu amor e alegria ao mundo. A família cristã deve ser a comunicadora e porta-voz da alegria da salvação que Jesus, de dentro de uma família, veio oferecer a todos nós.

Por Maristela Guimarães

Fontes: Bíblia Sagrada, Catecismo da Igreja Católica, http://br.radiovaticana.va/news/

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